O presidente da Associação e Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro (Aberj/Sberj), Carlos Alberto Vieira, negou hoje que o sistema bancário seja o único beneficiado pela trajetória ascendente dos juros. Na sua opinião, essa tese não é verdadeira.
– Pelo contrário. Quando as taxas de juros são muito altas, os clientes têm muito mais dificuldade de cumprir os compromissos e o risco cresce e as perdas do sistema bancário, que de qualquer maneira são compensadas pelos ganhos, diminuem – afirmou.
Vieira disse que se os riscos fossem minimizados, as taxas podiam também refletir isso.
– Mas nessa situação de taxas de juros elevadas a liquidez piora, os prejuízos que serão compensados por juros também refletem esse processo e é tudo perverso. Não há uma solução no mesmo sentido. São forças conflitantes que estão atuando.
Ele não acredita que o controle de taxa de juros exercido pelo Banco Central (BC) com o objetivo de evitar pressões inflacionárias resolva a situação, “enquanto o governo continuar explodindo os orçamentos”. Argumentou que o governo teria uma outra opção.
– Se ele acha que a taxa de juro está prejudicando o desenvolvimento e até mesmo a população deveria contribuir evitando a alta por meio de um processo de economia de gastos, ou seja, evitando gastos que estouram o orçamento, porque nesse momento as pressões inflacionárias vêm pelo excesso de liquidez e então o BC faz o seu dever.
Se o governo quiser evitar essa atitude agressiva do BC, a receita dada pelo presidente da Aberj/Sberj é que “basta que ele se contenha, gaste menos”.
Para sindicalista bancos não lucram com juros altos
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Publicado quinta-feira, 28 de abril de 2005 as 18:33, por: CdB