O papa João Paulo II manteve a tradição da Sexta-feira Santa e escutou confissões de fiéis católicos na Basílica de São Pedro. O pontífice, de 82 anos, foi levado ao interior da basílica em uma plataforma com rodas, antes de escutar as confissões de 10 pessoas que foram sorteadas e que se encontravam na maior igreja católica do mundo.
Descrevendo o Coliseu de Roma como “uma testemunha do poder e da dominação” e lembrando os espetáculos sangrentos da antigüidade romana, João Paulo II pediu a Deus pelas “vítimas do ódio, da guerra e do terrorismo”.
“Que os eventos do mundo possam seguir seu curso de acordo com sua vontade, em justiça e paz”.
Desde que começou seu pontificado, em 1978, João Paulo II escuta confissões de católicos comuns em todas as Sextas-feiras Santas, quando se lembra a morte de Jesus Cristo na cruz.
Durante a tarde desta sexta-feira, o papa participou de um serviço da “Paixão de Cristo”, também na Basílica de São Pedro, e presenciou a Via Sacra, à noite, no Coliseu de Roma.
Os quatro dias de intensa atividade para o papa terminarão no Domingo de Páscoa, quando João Paulo II dará sua bênção e sua mensagem “urbi et orbi” (à cidade e ao mundo), na qual se espera voltará a expressar sua apreensão com relação ao Iraque.
Uma família iraquiana foi convidada pelo Vaticano para participar da Via Sacra e deverá carregar a cruz durante parte da cerimônia.
Na Quinta-feira santa (17), o papa disse que as ofertas coletadas durante a missa noturna seriam enviadas para “aliviar as urgentes necessidades dos que estão sofrendo no Iraque por causa da guerra”.
A pneumonia atípica, conhecida também como síndrome respiratória aguda grave (Sars), também será lembrada durante a Via Sacra através da família de Carlo Urbani, o médico italiano da Organização Mundial de Saúde (OMS), que morreu vítima da doença ao ser infectado quando tratava um dos primeiros pacientes que adquiriu o vírus.