Papa canonizará símbolo do movimento anti aborto

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Publicado terça-feira, 11 de maio de 2004 as 15:16, por: CdB

O papa João Paulo II canonizará no próximo domingo, durante cerimônia na Praça de São Pedro, no Vaticano, seis novos santos, a maioria italianos, entre eles uma mulher, símbolo da oposição ao aborto. Durante a cerimônia, Gianna Beretta Moilla (1922-1962), mãe de família e médica pediatra, símbolo do “não” ao aborto, que morreu ao dar à luz a quarta filha, será canonizada junto com outras quatro pessoas.

A nova santa antiaborto, beatificada em 1955, optou por levar até o fim sua gravidez, apesar de saber que tinha um tumor no útero e se negou a abortar para se salvar, como lhe sugeriram alguns médicos. “Outras mães de família foram canonizadas no curso da história, quase sempre viúvas que optaram por exercer as virtudes cristãs durante sua vida religiosa, após perderem seus maridos. Neste caso, trata-se de uma mulher que levou uma vida santa, sendo esposa e mãe”, destacou o Vaticano na biografia oficial.

O exemplo da pediatra italiana, que morreu aos 40 anos, costuma ser citado pelas autoridades católicas italianas quando surge a discussão do aborto, ao qual a Igreja se opõe, mas que é legal na maior parte dos países da Europa.

Na lista dos novos santos também está Don Orione (1872-1940), fundador de um ativo movimento católico italiano e o siciliano Annibale Maria di Francia (1851-1927), presbítero fundador das Congregações dos Padres Rogacionistas do Coração de Jesus e das Irmãs Filhas do Divino Zelo. O presbítero espanhol Giuseppe Manyanet i Vives (1833-1901), fundador da Congregação dos Filhos da Sagrada Família de Jesus, Maria e José e das Missionárias Filhas da Sagrada Família de Nazaré, chamado de “profeta da família”, também será santificado. Ele é considerado o grande impulsionador da construção da basílica da Sagrada Família de Barcelona, obra-prima do arquiteto espanhol Antonio Gaudí, que muitos fiéis querem que seja beatificado.

O árabe Nimatula Al Hardini (1808-1858), religioso da Ordem Libanesa Maronita, será o quarto canonizado. Segundo sua biografia oficial, várias curas inexplicáveis são atribuídas ao abade árabe, beatificado em 1998 por João Paulo II, após ter feito um cego enxergar e ressuscitado um bebê morto. Será proclamada santa Paola Elisabetta (1816-1865), fundadora do Instituto dos Religiosos e das Religiosas da Sagrada Família.

João Paulo II canonizou um total de 476 santos durante seus 25 anos de Pontificado, aos quais se somarão os seis novos.