Uma professora foi assassinada por rebeldes do segundo maior grupo guerrilheiro colombiano, o Exército de Libertação Nacional (ELN), depois que seu pai se recusou a cometer um assassinato político.
A mulher foi seqüestrada e seu pai avisado de que ela seria executada caso ele não assassinasse um paramilitar que morava na mesma cidade.
O pai se recusou a participar do assassinato e o corpo da professora foi encontrado durante a madrugada deste domingo.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, condenou o assassinato que chamou como “loucura”.
Bilhete
A professora Ana Cecilia Deque, de 25 anos, foi seqüestrada quando ia para o colégio na última segunda-feira (21).
Logo depois, os rebeldes do grupo guerrilheiro ELN enviaram um bilhete para o pai da professora.
Eles diziam não querer o pagamento de um resgate mas, caso quisesse ver a filha outra vez, ele teria que matar um paramilitar que morava na mesma cidade de Cocorna na província de Antióquia, no norte da Colômbia.
O pai recebeu dois dias para executar a tarefa.
Indignação
Ele se recusou e o corpo da filha foi encontrado, do lado de fora da cidade, cravejado de balas.
A notícia provocou indignação na Colômbia que vive a violência de 39 anos de conflito civil.
O presidente Álvaro Uribe parecia estar chocado com a informação quando comentou a notícia numa conferência na cidade caribenha de Cartagena.
Os rebeldes da ELN e do maior grupo guerrilheiro da Colômbia, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) lutam, há quase quatro décadas, pela derrubada do governo do país e a instalação de um regime marxista.
Mas os dois grupos se envolveram com o tráfico de drogas e com seqüestros e têm menos de 5% do apoio popular.
Informações vindas da cidade de Cocorna, que já foi a base da ELN, indicam que a pequena popularidade que os rebeldes tinham no local acabou de ser perdida.