Óptica dá Nobel de Física a norte-americanos e alemão

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado terça-feira, 4 de outubro de 2005 as 11:02, por: CdB

Dois norte-americanos e um alemão ganharam nesta terça-feira o Prêmio Nobel de Física de 2005 por seu trabalho no campo da óptica, que permitiu medições extremamente precisas do tempo e do espaço, com futuras aplicações nas telecomunicações e nas viagens espaciais.

A Real Academia Sueca de Ciências concedeu o prêmio aos norte-americanos Roy Glauber e John Hall e ao alemão Theodor Haensch por criarem um “bastão de medição” que emprega luz e raios laser para aferir frequências com extrema precisão.

“Obtemos a maior parte do conhecimento do mundo que nos cerca por meio da luz”, disse a Academia, qualificando a óptica como “a ferramenta dos físicos para lidar com os fenômenos da luz”.

A pesquisa do trio vencedor explica, por exemplo, qual a diferença entre a luz de uma vela e o laser de um aparelho de CD e como a luz pode medir o tempo de forma mais precisa que um relógio atômico.

Glauber, 80, da Universidade Harvard, levará metade do prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,29 milhão) por ter feito a descrição teórica do comportamento das partículas de luz e por estabelecer, em 1963, a base da óptica quântica.

– Ele explicou as diferenças fundamentais entre fontes quentes de luz, como as lâmpadas, com uma mistura de frequências e fases, e os lasers, que dão uma frequência e uma fase específicas – disse o texto da Academia.

Décadas mais tarde, Hall, da Universidade do Colorado (EUA) e Haensch, da Universidade Ludwig-Maximilians (Munique, Alemanha), conseguiram determinar a cor da luz nos átomos e moléculas com extrema precisão.

Haensch, 63, usou pulsos de laser com intervalos regulares, como os dentes de um pente ou as marcas em uma régua, para determinar o valor das frequências. Hall, 71, refinou essa técnica.
Suas descobertas tornaram possível medir frequências com uma precisão de 15 dígitos, o que é indicado para relógios de alta precisão e para novas tecnologias de posicionamento global por satélite (GPS), segundo a Academia.

Com essa precisão, o GPS poderia ser usado, por exemplo, em viagens espaciais e em telescópios instalados fora da Terra, mas também nas telecomunicações dentro do planeta.

– Podemos no futuro ter uma TV holográfica em 3D como uma aplicação possível – disse Haensch em Munique.

Descrevendo-se como “cheio de trabalho, feliz e sem palavras”, ele contou  que estava apressado fazendo as malas para uma viagem aos EUA.

– Não tenho tempo para comemorar agora – afirmou.