Oposição venezuelana contesta vitória de Chávez

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Publicado segunda-feira, 16 de agosto de 2004 as 10:47, por: CdB

 A oposição venezuelana classificou nesta segunda-feira como fraudulentos os resultados preliminares que apontam a vitória do presidente Hugo Chávez no referendo de domingo sobre seu mandato e disse que vai pedir recontagem dos votos. Por sua parte, o presidente da Venezuela disse nesta segunda-feira que o resultado a seu favor no referendo sobre seu mandato foi uma vitória transparente e contundente do povo que marca o início de uma nova etapa da revolução bolivariana.

– Nós e categoricamente rejeitamos o resultado…vamos recolher evidências para provar Venezuela e ao mundo a gigantesca fraude que foi cometida contra a vontade do povo – afirmou o líder da oposição Henry Ramos Allup, durante uma entrevista coletiva.

Ele falou pouco depois de a maior autoridade eleitoral do país, o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Francisco Carrasquero, ter anunciado à nação os resultados oficiais preliminares mostrando que Chávez havia superado a tentativa de tirá-lo do poder.

Com 95% dar urnas apuradas, Chávez vencia com 58,25% dos votos cotnra 41,74% da coalizão de oposição, segundo o CNE.

– Nossos números são muito diferentes – disse Ramos, acrescentando que a oposição pediria a organizações internacionais que observam o referendo para checar as máquinas de votação e as cédulas eleitorais. A votação foi realizada em um esquema misto. Primeiro o eleitora votava em um máquina e, em seguida, seu voto impresso era colocado em uma urna.

Dois membros pró- oposição da liderança do CNE, que conta com cinco integrantes, haviam anteriormente questionado o resultado e disseram que certas checagens obrigatórias não foram realizadas.

Chávez garantiu que, apesar de ainda faltar contabilizar algumas urnas, é impossível que a tendência vitoriosa do “não” seja revertida e pediu que a oposição aceite o resultado como demonstração de maturidade política.

– Que grande vitória, que grande exemplo! – disse em um dos balcões do palácio do governo em frente a uma multidão que cantou com ele e agitou as bandeiras vermelhas.

O militar da reserva de tendência esquerdista, que sobreviveu a um golpe de Estado e uma greve que parou a produção de petróleo durante dois meses, ressaltou que com o referendo a oposição deixou de lado o caminho da violência para retirá-lo do cargo.

– A violência e o fascismo foram vencidos no caminho constitucional. Para mim esta é a grande vitória para a oposição – afirmou.