Operação prende policiais acusados de sequestrar e roubar traficantes

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Publicado quinta-feira, 9 de outubro de 2014 as 11:41, por: CdB
Os crimes de extorsão mediante sequestro e roubo foram cometidos no dia 16 de março deste ano
Os crimes de extorsão mediante sequestro e roubo foram cometidos no dia 16 de março deste ano

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), a Promotoria de Justiça que atua junto à Auditoria de Justiça Militar e a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSINT) deflagraram, nesta quinta-feira, operação para prender 16 policiais militares do 17° BPM (Ilha do Governador) acusados de sequestrar e exigir R$ 300 mil para libertar traficantes do Morro do Dendê, na Ilha, Zona Norte do Rio, e de Senador Camará, na Zona Oeste.

Já foram presos, na manhã desta quinta-feira, o comandante do 17° BPM, tenente-coronel Dayzer Corpas Maciel, e o chefe da Segunda Seção (P-2) do batalhão, 1° tenente Vítor Mendes da Encarnação. Os policiais tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e serão afastados de suas funções por ordem judicial.

Os crimes de extorsão mediante sequestro e roubo foram cometidos no dia 16 de março deste ano. Os policiais receberam a informação de que traficantes armados sairiam da Ilha, pela Estrada do Galeão, em um Ford Ecosport vermelho. Na altura da cabine da PM da Base Aérea do Galeão, o veículo foi interceptado e cinco traficantes foram abordados (André Cosmo Correa Vaz, Rodrigo da Silva Alves, Evenílson Ferreira Pinto, Atileno Marques da Silva, o Palermo, e Rogério Vale Mendonça, o Belo). A ação dos policiais foi flagrada por uma câmera de segurança no local da ocorrência. Com os traficantes foram localizados quatro fuzis, 18 granadas, três pistolas, oito carregadores e munição. Também foram subtraídos cordões de ouro e relógios.

De acordo com a denúncia encaminhada à Auditoria de Justiça Militar Estadual, ao chegar ao local da ocorrência, o 1° tenente Vítor Mendes determinou a divisão de tarefas entre os policiais e decidiu que seriam encaminhados à 37ª DP (Ilha do Governador) apenas três traficantes e um fuzil. Na época, a prisão dos três e apreensão de um fuzil foram registradas pela imprensa.

Os demais presos, Atileno Marques e Rogério Vale, que exerciam um papel de destaque na hierarquia do tráfico, foram levados para o bairro Itacolomi, ainda na Ilha do Governador, onde ocorreu a sequência da negociação. Eles tiveram o resgate negociado com uma advogada e foram libertados sete horas após a prisão, mediante o pagamento de R$ 300 mil. Os policiais ainda venderam a traficantes do Morro do Dendê os três fuzis apreendidos, pelo valor de R$ 140 mil. O restante da apreensão foi dividido entre os PMs.

Ainda segundo a denúncia, o ex-comandante do 17° BPM manteve contato telefônico com o 1° tenente Vitor durante a ação criminosa e recebeu R$ 40 mil do total arrecadados no resgate. Outros oitos policiais, entre eles, o subtenente José Luiz Ferreira da Penha, ganharam R$ 1 mil, cada um.