Opep vai reduzir oferta mundial de petróleo

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Publicado quinta-feira, 5 de outubro de 2006 as 12:48, por: CdB

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) irá cortar o fornecimento da commodity em 1 milhão de barris por dia o mais rápido possível, sendo que o maior exportador do produto do mundo, a Arábia Saudita, reduziu sua produção em 300 mil barris a partir de setembro, informou uma fonte do cartel nesta quinta-feira. Este será o primeiro corte de produção da Opep desde abril de 2004. O teto oficial do cartel tem sido de 28 milhões de barris por dia há mais de um ano.

Todos os países que participam do cartel, com exceção do Iraque, isento das cotas da Opep, e a Indonésia, um importador líquido, vão participar do corte.

– O objetivo agora é cortar a atual produção em 1 milhão de barris por dia o mais rápido possível, mas a data exata ainda está sendo analisada – afirmou a fonte.

FT confirma

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) concordou informalmente com a necessidade de reduzir sua produção em pelo menos 1 milhão de barris por dia, numa tentativa de manter o preço da commodity acima do patamar entre US$ 50 e US$ 55 dólares, disse o Financial Times em sua edição desta quinta-feira, sem citar a fonte da informação. O jornal afirmou que a maioria dos 11 integrantes do cartel apoiaram uma redução voluntária, já adotada na semana passada pela Nigéria e pela Venezuela, num esforço para conter a queda no preço do barril, que caiu 20 dólares, ou 25 por cento, em relação aos níveis registrados no início de agosto.

Segundo o Financial Times, um acordo sobre o tema pode ser fechado na reunião da Opep marcada para meados de dezembro. A publicação citou “pessoas bem informadas no que diz respeito a Opep” que teriam dito ao jornal que Kuweit, Irã e Líbia teriam concordado informalmente em se juntar à Venezuela e à Nigéria na redução da produção. O FT afirma que os Emirados Árabes Unidos também devem seguir esse exemplo.

O Financial Times, no entanto, disse que a Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo e membro mais influente do cartel, estava insatisfeita com o movimento em direção à redução voluntária e que prefere que uma posição pública seja adotada na reunião do grupo em Abuja, capital da Nigéria, em dezembro. O jornal, porém, lembrou que os sauditas já reduziram sua produção em 200.000 barris por dia nos últimos dois meses sem alarde.

Como consequência da notícia do Financial Times, os preços do barril do petróleo nos Estados Unidos ultrapassaram a marca dos US$ 60. O ministro do Petróleo do Kuweit, Xeque Ali al-Jarrah al-Sabah, aumentou as chances de redução quando disse à agência inglesa de notícias Reuters na quarta-feira que seu país reduzirá sua produção caso os preços da commodity continuem a cair. Foi o primeiro grande produtor da região do Golfo a assumir essa posição.

– A Opep vai defender um piso para o petróleo de entre 50 a 55 dólares o barril – teria dito uma autoridade da Opep, segundo o Financial Times. A maioria dos países-membro do cartel tem evitado colocar um preço no qual reduziriam a produção, temendo uma reação dos países consumidores.