O dinheiro necessário para ajudar as vítimas do terremoto no Paquistão nos próximos seis meses deve chegar a US$ 550 milhões (cerca de R$ 1,24 bilhão), segundo anúncio do subsecretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) para assuntos humanitários, Jan Egeland.
“Precisamos de mais dinheiro para salvar entre dois e três milhões de vidas e precisamos de recursos muito maiores nos próximos meses”, disse Egeland.
O pedido inicial de ajuda da ONU era de US$ 312 milhões (cerca de R$ 707 milhões). Com este novo pedido, às vésperas da conferência de nações doadoras em Genebra, a soma pedida pela ONU dobra.
Cerca de três milhões de pessoas perderam suas casas, e, com o inverno se aproximando, a ONU alerta que mais pessoas podem morrer do que no próprio terremoto.
Oxfam
A organização não-governamental Oxfam acusou vários países ricos de pouco empenho em tornar realidade o apoio prometido ao apelo das Nações Unidas em favor das vítimas do terremoto que devastou o Paquistão no início deste mês.
Segundo a organização, baseada na Grã-Bretanha, os países desenvolvidos se comprometeram a liberar menos que um terço dos 312 milhões de dólares pedidos pela ONU.
Estados Unidos, Japão, Alemanha e Itália têm doado muito menos que a fatia que cada um desses países ocupa na economia mundial, diz a Oxfam, que é uma das principais agências internacionais de ajuda humanitária.
Outros países, como Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, Grécia, França e Portugal, não doaram nada, segundo a ONG.
Nesta quarta-feira, uma conferência de doadores em Genebra, na Suíça, com a participação do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, tentará convencer os países desenvolvidos a aumentar os fundos dirigidos às vítimas do terremoto.
Sob risco
O tremor, ocorrido no dia 8 de outubro, matou mais de 53 mil pessoas, de acordo com o governo paquistanês, a maioria na porção da Caxemira administrada pelo país.
Cerca de 800 mil sobreviventes estão sob risco de vida, diz a ONU, por causa da falta de recursos e dificuldades práticas, tais como estradas que se tornaram intransitáveis.
A ONU estima que até 20% das pessoas afetadas pelo terremoto não receberam ainda qualquer ajuda.
Com as temperaturas em queda e a neve se acumulando nas próximas semanas, as agências de ajuda humanitária dizem que a necessidade de abrigo e material médico está crescendo desesperadamente.