O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Mário Santos, descartou a possibilidade de o país enfrentar racionamento de energia até 2008 e minimizou as chances de um novo apagão, mas admitiu que há 42 falhas na rede básica deixando alguns locais vulneráveis à falta de luz.
– É impossível garantir que não haja desligamentos localizados – disse Santos.
No último fim de semana, uma falha numa rede de transmissão em São Paulo cortou o fornecimento de energia ao Rio de Janeiro e ao Espírito Santo. O problema durou quase duas horas no ES. O atraso de obras na rede elétrica deixou o sistema vulnerável a 89 problemas operacionais, dos quais quase metade poderá resultar em falta de luz neste ano.
Santos esclareceu que os cortes de energia passíveis de ocorrer por conta dessas falhas, contudo, são “localizados”. “O sistema está muito bem e é um dos mais bem integrados”, disse.
Segundo ele, o governo está providenciando “remédios” para o sistema elétrico a partir do diagnóstico do ONS. A figura de linguagem que trata o governo como médico foi usada para frisar que os investimentos e as obras necessárias estão sendo providenciados.
De 2002 a 2004 foram implantados 5,4 mil quilômetros de linhas de transmissão. Os recursos necessários ao pleno funcionamento do sistema nos próximos três anos – da ordem de R$ 6,2 bilhões – deverão ser disponibilizados, na visão de Santos.
– Essa quantia poderá ser diluída em 30 anos – afirmou.
Problemas
O presidente do ONS detalhou problemas operacionais e confirmou a importância da linha Ouro Preto-Vitória para o abastecimento de eletricidade da capital capixaba. Outras falhas referem-se a Porto Alegre, Brasília e Belém, “cujas obras já estão licitadas e autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”, mas não estão prontas.
Dezesseis defeitos da rede dizem respeito a locais específicos, atendidos por um único circuito. Outros 22 tratam de atendimentos também localizados.