A morte de centenas de civis durante a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos poderia ter sido evitada, de acordo com a ONG nova-iorquina Human Rights Watch.
A organização condenou a utilização pelas forças americanas e britânicas de bombas de fragmentação em locais onde havia uma concentração de prédios.
No relatório intitulado Off Target (Fora do Alvo, em tradução livre), o grupo disse que cerca de 1,3 mil bombas de fragmentação foram utilizadas e podem ter causado mais de mil mortes.
A Human Rights Watch também condenou os chamados ‘ataques de precisão’ contra líderes iraquianos. De acordo com a organização, em cerca de 50 desses ataques, nenhum líder iraquiano foi morto – somente civis.
Circunstâncias das mortes
O especialista em assuntos de defesa da BBC, Jonathan Marcus, descreve o relatório da Human Rights Watch como cuidadoso e acrescenta que o grupo tem um passado respeitável em analisar mortes de civis em conflitos de guerra.
Segundo Marcus, ninguém sabe exatamente quantos civis iraquianos morreram no conflito, mas a ONG nova-iorquina não propõe definir o número de mortos no Iraque e sim observar em que circunstâncias essas pessoas morreram.
A organização diz que as forças americanas e britânicas geralmente tentaram evitar a morte de civis que não estavam envolvidos diretamente em confrontos.
O relatório reconhece ainda que muitas das próprias ações iraquianas, como por exemplo o uso de guerrilheiros paramilitares e rebeldes vestidos à paisana, dificultou a distinção entre os que estavam ou não agindo em combate.
Um significante número de mortes de civis ocorreu durante os intensos combates em áreas populosas como Nassíria e Bagdá.