Uma onda de calor neste verão tem causado vários incêndios na Europa. Nesta segunda-feira, países como França, Espanha e Portugal ainda lutam contra o fogo espalhado em áreas florestais.
Na França, um incêndio devastou mais de 600 hectares das imediações da cidade francesa de Biguglia (norte de Córsega), em uma área de difícil acesso. Vários aviões trabalham no combate ao fogo, que ainda não foi controlado, já que a complexa orografia do terreno impede o uso de meios terrestres, explicaram as fontes.
Os serviços de socorro da Alta Córsega explicaram que só nesta segunda foram registrados sete focos de fogo no departamento (estado). A onda de calor dos últimos dias na região, com temperaturas em torno de 40 graus, exigiu o reforço das medidas de vigilância diante de possíveis novos incêndios na ilha mediterrânea.
As altas temperaturas e a seca desencadearam nas últimas semanas uma onda de incêndios no sudeste da França, que causaram a morte de cinco pessoas e arrasaram mais de 30 mil hectares de floresta.
Em Portugal, o primeiro-ministro José Manuel Durão Barroso disse que pretende decretar estado de calamidade nacional devido a incêndios que mataram nove pessoas na última semana.
— Em uma reunião especial do gabinete, planejamos declarar calamidade pública, o que permitirá mobilização de ajuda para pessoas que foram afetadas por esta calamidade — explicou o primeiro-ministro à rádio estatal.
— Estamos enfrentando uma tragédia que Portugal nunca havia passado com incêndios (florestais) — acrescentou, afirmando que o gabinete não declararia estado de emergência nacional na reunião desta segunda-feira por motivos legais.
O comandante Antonio Santos, do Centro Nacional de Operações de Resgate, disse que mais de 2.300 bombeiros estão combatendo 72 incêndios no país, equipados com mais de 800 veículos e cinco aviões de bombeamento de água estrangeiros.
Cerca de um terço de Portugal é coberto por florestas. Números oficiais mostram que mais de 26 mil hectares já haviam sido destruídos pelo fogo do começo do ano até 27 de julho, antes da recente onda de incêndios.
Na Espanha, mais de 12 mil hectares de florestas já foram queimados pelos incêndios desde o final de semana em várias regiões da Espanha, principalmente em Castilla-La Mancha, Andaluzia e Extremadura, onde as temperaturas superaram os 40 graus.
Mais de 7 mil hectares, muitos deles de oliveirais, foram arrasados pelo fogo em Saceruela, província de Ciudad Real (centro), segundo seu prefeito, German Diaz. Os bombeiros conseguiram controlar o fogo na madrugada desta segunda-feira.
Outros 2 mil hectares queimaram em Buendia (Cuenca, centro), enquanto um incêndio em Almonaster La Real (Huelva) – o mais importante registrado na Andaluzia desde o início do verão – destruiu 1.640 hectares, segundo o governo regional.
Na província andaluza de Cádiz, um incêndio obrigou a evacuar este domingo um camping em Vejez, enquanto em Castilla-León, entre mil e 1.500 hectares queimaram na província de Zamora, em Camarzana de Tera.
Em Extremadura, região fronteiriça com Portugal, onde as autoridades cancelaram este domingo a ordem de evacuação dos 6.000 habitantes de Valência de Alcántara, depois que uma mudança de direção do vento afastou as chamas, a situação era “infinitamente melhor” esta segunda-feira, de acordo com o responsável pelo desenvolvimento rural do governo regional, Francisco Javier López Iniesta.