Olívio pede apoio da ONU para acabar com favelas

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Publicado domingo, 12 de setembro de 2004 as 13:07, por: CdB

O número de brasileiros residentes em favelas subiu a uma taxa de 4,5% ao ano, entre 1991 e 2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, a média de crescimento do total da população foi de 1,6% ao ano. A combinação de fatores como o aumento do número de pessoas que vivem em áreas urbanas – em menos de 50 anos, 80% dos brasileiros passaram a morar em cidades – e um modelo excludente de desenvolvimento levou ao crescimento da quantidade de favelas e assentamentos precários existentes no Brasil.

Esse foi o quadro apresentado neste domingo pelo ministro das Cidades, Olívio Dutra, em Barcelona, durante reunião com membros da força-tarefa da Organização das Nações Unidas (ONU) encarregada de definir estratégias para o cumprimento das Metas do Milênio relacionadas à melhoria da condição de vida dos moradores de favelas. Também fazem parte da delegação brasileira que viajou à Espanha os secretários nacionais de Habitação, Jorge Hereda, e de Programas Urbanos, Raquel Rolnik.

– Os mais afetados por esse modelo são os pobres e a população afrodescendente, que vivem em áreas com os maiores níveis de inadequação habitacional, especialmente relacionada à carência de saneamento básico, e que apresentam condições desiguais de acesso ao trabalho, ao abastecimento, ao lazer, à educação, à saúde – observou Dutra, ao destacar que o enfrentamento das dificuldades relativas a assentamentos precários é “parte crucial da implementação de qualquer estratégia de combate à pobreza”.