Em nota, o Ocupa MinC afirma ser de “fundamental importância – no exercício da administração pública – a observância aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência”
Por Redação – do Rio de Janeiro
Militantes de organizações sociais reunidas na Ocupação do Ministério da Cultura (Ocupa MinC), no Centro do Rio, divulgaram na tarde desta quarta-feira uma nota de protesto contra o processo administrativo que contratou a empreiteira Concrejato, responsabilizada pela queda da Ciclovia entre Leblon e São Conrado, no Costão da Niemeyer, Zona Sul do Rio, onde morreram duas pessoas.
![Militantes das mais diversas tendências integram a resistência ao golpe de Estado, em curso no país, no Ocupa MinC](http://correiodobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/07/ocupa-minc1.jpg)
Segundo o Ocupa MinC, é dever da administração pública divulgar o “edital de licitação, dos contratos firmados entre o IPHAN e a CONCREJATO, dos prazos definidos, planejamento, cronograma e dos eventuais aditivos”.
Leia, adiante, a íntegra da nota:
ESCLARECIMENTOS SOBRE A OBRA DE RECUPERAÇÃO DO PALÁCIO CAPANEMA
Ao IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
![ACS-Ocupa MinC Ocupa MinC](http://correiodobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/07/ocupa-minc-300x300.jpg)
Viemos por meio desta, após reunião de representantes da Ocupa Minc RJ com funcionários do IPHAN Rio realizada no dia 11 de julho de 2016, solicitar esclarecimentos em relação à obra de restauração e revitalização do Palácio Gustavo Capanema.
Primeiramente, visamos esclarecer que a Ocupa Minc RJ, em funcionamento há 56 dias, nunca impediu o avanço das obras realizadas na parte externa do edifício, bem como o funcionamento administrativo das instituições nele presentes.
Como trabalhadores da cultura, temos garantido a preservação e conservação do patrimônio material e histórico do mezanino e dos pilotis, de inúmeras peças de mobiliário, das obras de Cândido Portinari (painéis e azulejos), das esculturas e do tapete Niemeyer localizado no segundo andar, otimizando a ocupação dos espaços e potencializando a vocação cultural do prédio.
É de fundamental importância – no exercício da administração pública – a observância aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. Dado isto, solicitamos a divulgação do edital de licitação, dos contratos firmados entre o IPHAN e a CONCREJATO, dos prazos definidos, planejamento, cronograma e dos eventuais aditivos de contrato que motivem a imprescindibilidade da proposta mencionada em reunião de divisão do mezanino com a Ocupa Minc RJ.
Gostaríamos de obter a lista de materiais químicos ou potencialmente nocivos para os ocupantes e funcionários, bem como para o patrimônio e obras de artes citadas, utilizados na reforma.
Desde o início da ocupação, prezamos a boa relação e convivência harmoniosa junto aos servidores, funcionários, terceirizados e visitantes.
No que concerne à solicitação da divisão do espaço do mezanino, hoje ocupado pela Ocupa MINC RJ, quanto à realocação dos 150 funcionários do prédio, mencionados na reunião acima citada, consideramos que o local ficará super lotado, em condições precárias e insalubres, por falta de instalações apropriadas.
Recomendamos a aplicação da norma regulamentadora 24.1.2 da ABNT, na qual é exigido um lavatório para cada 20 (vinte) trabalhadores nas atividades, entre outras resoluções pertinentes e imprescindíveis da legislação trabalhista.
Verificamos a existência de andares e espaços ociosos no Palácio Gustavo Capanema, que poderiam receber essa demanda de funcionários realocados.
Rio de Janeiro, 12 de julho de 2016
Sem mais,
Cordialmente,
Ocupa Minc RJ