O Dia Nacional da Hipertensão destaca a importância do tratamento

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Publicado terça-feira, 26 de abril de 2005 as 09:10, por: CdB

O Dia Nacional de Combate à Hipertensão é comemorado nesta terça-feira, e destaca a importância do tratamento para quem é hipertenso e da prevenção para quem não tem a doença. Ela se dá quando os vasos sangüíneos ficam com pouco espaço para a passagem do sangue, o que aumenta a pressão arterial e pode ocasionar até a morte. Por ela ser muitas vezes assintomática, a doença ficou conhecida como “assassina silenciosa”. Por isso é sempre bom ficar atento e medir a pressão com freqüência.

– É só imaginar uma mangueira, quando é apertada o fluxo da água fica mais rápido e a pressão aumenta porque tem menos espaço para passar – explica a clínica-geral Kátia Ganeno.

No Brasil, estima-se que 15% das pessoas sejam hipertensas e que um terço da população desconheça que tem a doença. Além disso, engana-se quem pensa que só obesos têm o problema, pois a doença é democrática: não distingue peso, cor, raça nem idade (crianças de três anos, por exemplo, já podem desenvolver a doença).

Para quem tem parentes com hipertensão, a atenção deve ser redobrada, pois muitos casos se dão através da hereditariedade. Maus hábitos alimentares, como comer gordura e sal em excesso, a ociosidade e o fumo, entre outras situações, aumentam o risco de se tornar hipertenso. E uma vez hipertenso sempre hipertenso, pois a doença não tem cura, ela é para toda a vida.

– Os piores fatores de risco são histórico-familiar, obesidade e estresse – alerta Ivan Cordovil, chefe do setor de Hipertensão do Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras.

Ciente do caráter hereditário da hipertensão, a faxineira Edione dos Santos, de 28 anos, mede a pressão de seis em seis meses no Centro Municipal de Saúde Ernani Agrícola, em Santa Teresa.
– Me alimento bem e só como frituras de vez em quando. Sempre venho verificar se está tudo certo – conta.

O aumento dessa pressão pode atingir órgão vitais: o cérebro, causando o Acidente Vascular Cerebral (AVC), os rins, causando entupimento das artérias renais, e o coração, ocasionando o infarto, entre outros órgãos do corpo.

– Quase todas as doenças do coração aparecem como conseqüência da hipertensão arterial, que pode causar também AVC e até cegueira – afirma Cordovil.

De acordo com Cordovil, 50% dos hipertensos podem ser tratados apenas com mudanças nos hábitos de vida, como controlar o sal na comida, emagrecer, praticar exercícios físicos e parar de fumar. Uma parcela de 25% tem a doença controlável com remédios. Mas o restante não consegue baixar a pressão com qualquer medida. É para estas pessoas que o Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras, junto com a Fundação Oswaldo Cruz, está realizando uma pesquisa que reúne 150 pacientes e começou há um ano.

– Pretendemos buscar a origem genética da hipertensão arterial nessas pessoas. Para poder dar o remédio mais compatível com cada indivíduo – diz Cordovil, coordenador do estudo.

O médico aconselha que todo adulto verifique a pressão de seis em seis meses (ou mensalmente em caso de elevação). Cordovil alerta também para o aumento do número de crianças hipertensas, que devem ter a pressão verificada anualmente.