A balança comercial brasileira já acumula um saldo positivo recorde de mais de US$ 8,045 bilhões, faltando ainda sete meses para terminar o ano.
O resultado acumulado nos cinco primeiros meses do ano – o maior da história do país – já é superior à metade do saldo total estimado pelo Banco Central para 2003 – de US$ 16 bilhões.
Para o secretário de Comércio Exterior (Secex), Ivan Ramalho, o bom desempenho tem três explicações: os atuais patamares do dólar, o aumento da cultura exportadora no país, que está refletindo na conquista de novos mercados, e a diversificação da pauta de exportações.
– A nossa percepção é de que os principais setores da pauta de exportações estão apostando cada vez mais na cultura exportadora, mais arraigada nas empresas – disse. Segundo ele, produtos que até então eram exportados em pequenas quantidades, começam a ganhar novos mercados.
De acordo com a Secex, a soja, “commodity” brasileira mais exportada no mês de maio, está começando a dividir espaço com produtos como mármores e granitos, maçãs frescas, carne de peru, camarão congelado, ceras vegetais, sucos de frutas exóticos, refrigeradores e congeladores, cadernos e agendas, óleos essenciais, motocicletas, chocolate e também aparelhos de ar condicionado.
– Alguns produtos básicos, como a soja, continuam tendo peso muito grande na balança. Mas os manufaturados ainda são os principais, com 55% do total – explicou.
O desempenho reflete também no tamanho dos mercados compradores. Por causa desse incremento, países que até então não tinham tanta representatividade na pauta brasileira de comércio já começam a chamar a atenção do governo. A China é um exemplo.
Apesar dos Estados Unidos continuarem sendo o maior comprador de produtos brasileiros, a China começa a despontar como o segundo maior mercado comprador do país.