Frank Sinatra teria certa vez atuado como mensageiro da Máfia e escapado por pouco de ser preso carregando uma maleta com 3,5 milhões de dólares em dinheiro vivo. A informação foi dada pelo comediante Jerry Lewis aos autores de um livro novo e suas declarações foram reproduzidas pela revista Vanity Fair na terça-feira.
A anedota atribuída a Jerry Lewis é uma em entre vários relatos que vinculam o legendário cantor ao crime organizado, na biografia não autorizada “Sinatra: The Life”, de Anthony Summers e Robbyn Swan, que será lançada pela editora Alfred A. Knopf em 16 de maio.
O próprio Sinatra sempre negou ter qualquer ligação com a Máfia, embora arquivos do FBI levados a público em dezembro de 1998, sete meses após sua morte, tenham retratado o cantor e ator como sendo amigo íntimo do famoso chefão mafioso Sam Giancana, de Chicago.
Documentos do FBI também sugerem que Sinatra teria tido contato com o mafioso Lucky Luciano durante viagem que fez a Cuba em 1947 e que, no início de sua carreira como cantor, tenha recebido o apoio de um mafioso chamado Willie Moretti, de Nova Jersey.
O livro reproduz uma declaração que seus autores atribuem a Jerry Lewis, um dos colegas de Sinatra no chamado “Rat Pack”, na década de 1960, dando conta de que Sinatra em certa ocasião teria transportado dinheiro para a Máfia.
“Ele se ofereceu para servir de mensageiro para eles (a Máfia)”, Lewis teria dito aos autores do livro. “E houve uma vez em que faltou pouco para ele ser preso em Nova York”.
De acordo com Lewis, segundo o livro, Frank Sinatra estava passando pela alfândega com uma valise contendo “três milhões e meio em notas de cinquenta”, quando agentes da alfândega abriram a valise. Mas, em função da multidão que se acotovelava para ter um vislumbre do artista, os agentes desistiram da revista.
“Senão”, disse Lewis, “nunca mais teríamos ouvido falar em Sinatra”.
De acordo com a Vanity Fair, os autores não afirmam que Jerry Lewis tenha testemunhado o incidente na alfândega, mas sim que ele o teria relatado como “um fato do qual tinha conhecimento”.
Jerry Lewis disse que o incidente ocorreu pouco depois de Lucky Luciano ter sido deportado dos Estados Unidos para a Itália, em 1946.