Noticiário internacional mostra Lula mais distante de Chávez

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Publicado quinta-feira, 26 de outubro de 2006 as 12:16, por: CdB

Presidente da República virtualmente eleito, segundo as pesquisas de opinião, Luiz Inácio Lula da Silva “reagiu às críticas de passividade diplomática feitas por seu rival, Geraldo Alckmin” e “se distanciou da Bolívia e da Venezuela”, de acordo com o jornal espanhol El País. Segundo o jornal, as críticas, feitas por Alckmin, são uma mensagem que “toca fundo em um eleitorado com um profundo senso de nação” e as mudanças anunciadas pelo governo “significam uma mudança significativa na política externa para a América do Sul”.

As críticas de Alckmin, diz o El País, se concentram principalmente nas relações com a Bolívia, “com quem o Brasil mantém uma dura disputa em um tema tão sensível como é o da política energética, e com a Venezuela, que pela boca de seu presidente, Hugo Chávez, costuma obstruir os esforços brasileiros nos foros onde ambos os países estão presentes”. “Brasília advertiu a Bolívia (…) que a agressividade política do presidente Evo Morales contra as empresas brasileiras terá conseqüências”, diz o jornal, que afirma ainda que o Brasil teria “retirado de fato a candidatura venezuelana a uma vaga no Conselho de Segurança da ONU”.

Economia

O diário norte-americano The Wall Street Journal diz que a campanha presidencial brasileira é “um estudo de opostos”, pois os eleitores “escolherão entre duas visões de governo extremamente diferentes, cada uma com conseqüências potencialmente significativas para a economia brasileira”. Alckmin baseou sua campanha “em uma plataforma de mudanças econômicas e anticorrupção que inclui cortes fiscais, uma revisão de um código fiscal bizantino e a redução dos gastos do governo”.

Já Lula, acredita que “o crescimento do Brasil não depende da redução do tamanho do governo”. Segundo o The Wall Street Journal, o presidente “diz que há pouca margem para cortes e, inclusive, pretende aumentar os programas sociais, que vê como uma forma de transformar os pobres em classe média”.

Esposas

O diário argentino La Nacíon traz uma reportagem sobre o empenho das esposas dos candidatos brasileiros na reta final para o segundo turno, dizendo que Marisa Lula da Silva e Lu Alckmin “decidiram ir além do protocolo oficial”. As esposas “saíram à caça de votos” e “de forma sutil e discreta ajudam a seus maridos na reta final da campanha”, segundo o jornal.

“Marisa começou a aparecer em alguns atos políticos de mulheres sem a companhia de Lula, algo que é pouco comum.”

“Já Lu (…) deixou de lado os trajes elegantes, se colocou de calça jeans e camiseta e saiu em campanha distribuindo panfletos e pedindo apoio a seu marido.”

Mas o La Nacíon ressalta também que “Marisa e Lu obrigaram os candidatos a responder sobre “presentinhos” recebidos por suas respectivas esposas durante o exercício do poder”.

O jornal menciona o caso dos óculos e tailleurs recebidos por Marisa e dos 400 vestidos recebidos por Lu de um dos estilistas mais caros do Brasil enquanto seu marido era governador de São Paulo.