Afinal, Rubens Barrichello pode ou não vencer o seu companheiro de equipe Michael Schumacher? Enquanto a Ferrari garante que ele está livre para competir com o alemão, cartolas da Fórmula 1 juram que há uma cláusula contratual que impede arroubos do brasileiro.
Neste final de semana, no Canadá, Barrichello parece querer revelar o segredo. De cara, admitiu que está devendo e que precisa de “algo mais”. Esse “algo mais” só pode ser obtido na pista, batendo o hexacampeão mundial.
O diretor-técnico da Ferrari, Ross Brown, deu declarações que justificavam o discurso do segundo piloto do time. “Aquele que chegar à metade da temporada à frente, passa a receber maior atenção. Ambos estão livres para competir entre si”, discursou Brown.
O hexacampeão venceu com folga as cinco primeiras etapas, deixando claro que se alguém deveria ter privilégios, esse alguém era ele.
Quando parecia que a habilidade do alemão superava qualquer obrigação contratual do brasileiro, Bernie Ecclestone detonou de novo a bomba nos bastidores.
Com a autoridade de ocupar o cargo de presidente da FOM (Formula One Management), que teoricamente tem acesso a todos os contratos da categoria, o inglês disse que há sim uma cláusula contratual que impede Barrichello de vencer o companheiro. “Apenas a segunda Ferrari poderia bater Michael, que deveria pedir à equipe para liberar Rubens para duelar com ele”, declarou.
Irritado com a volta do assunto, Barrichello falou grosso: “Eu não tenho nenhuma cláusula nesse sentido. Como o Schumacher está ganhando sempre, as pessoas começam a falar essas besteiras”. Mas foi então a vez da concorrência também se meter no assunto. “Deixem Rubens correr. A Ferrari nunca deixou de fato ele competir com Michael”, acusou Frank Williams, dono da equipe de F-1 que leva seu nome.
É fato que o brasileiro não conseguiu ainda vencer no ano e ocupa a vice-liderança do Mundial de Pilotos, com 14 pontos de desvantagem em relação a Schumacher. O único que ofuscou o brilho do alemão nas sete etapas já disputadas foi o italiano Jarno Trulli, da Renault, que venceu em Mônaco.
Assim, até o próprio Barrichello já assume ineficiência no ano. “Eu não diria que estou desapontado, mas é óbvio que depois de tantos segundos lugares, eu tenho sensações opostas”, disse antes da disputa do GP do Canadá.