O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, afirmou nesta quinta-feira à noite que as fotos do DOI-CODI de São Paulo divulgadas pelo Correio Braziliense não são do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975. Segundo Nilmário, as fotos são de outro detido cuja identidade ele não pode revelar.
Mas a família do jornalista afirma que a viúva de Herzog reconheceu o marido nas fotos. O perito Ricardo Molina, do Instituto de Pesquisa do Som, Imagem e Texto, da Universidade de Campinas, sustenta que pelo menos duas das três fotos que estudou são de Vladimir Herzog.
Molina fez um estudo a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, e afirma que nas imagens o homem aparece com um modelo de relógio Omega, indicado pela viúva, Clarice Herzog, como sendo o de uso pessoal do jornalista.
Clarice Herzog afirma que menos uma das fotos é realmente do marido. “A foto em que o preso aparece de frente, com o relógio no pulso, é o Vlado e pronto. Eu gostaria que não fosse, mas infelizmente é”, afirmou. “Quanto às duas outras fotos, como já disse, eu tenho dúvidas.”
Padre canadense.
O jornal Folha de S. Paulo publica nesta sexta-feira entrevista com o homem que seria o personagem da foto divulgada no final de semana. O padre canadense Leopoldo d’Astous, pároco durante 31 anos na Igreja de São José Operário, em Brasília, que foi investigado pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) de 1972 a 1974 por envolvimento com grupos de esquerda, e fotografado em 1974, um ano antes da morte de Herzog.