Na TV, Pont e Fogaça reforçam realizações e críticas

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quarta-feira, 13 de outubro de 2004 as 19:34, por: CdB

O horário eleitoral gratuito para o segundo turno na capital gaúcha começou nesta quarta-feira com José Fogaça (PPS) e Raul Pont (PT) utilizando seus programas para apresentar realizações e repetir críticas ao adversário.

Enquanto Pont resgatou os pontos positivos das administrações petistas desde a eleição de Olívio Dutra, em 1988, Fogaça apresentou a votação do primeiro turno e sua recuperação nas pesquisas eleitorais como a primeira vez, em 16 anos, que um candidato de oposição lidera a preferência dos eleitores em Porto Alegre.

O ex-senador perdeu o primeiro turno por uma diferença de mais de 75 mil votos, cerca de 9%da votação. Após fechar acordos com praticamente todos os partidos derrotados no primeiro turno, em menos de uma semana Fogaça recuperou a desvantagem e melhorou sua posição em duas pesquisas eleitorais feitas na cidade.

No levantamento do Correio do Povo divulgado no último sábado, o candidato do PPS aparece com 51% da preferência dos eleitores, abrindo uma diferença de dez pontos percentuais em relação ao adversário. Na pesquisa realizada pelo Cepa-Ufrgs, Pont e Fogaça estão em situação de empate técnico, com índices de 45,1 e 44,3 % , respectivamente.

O programa de Fogaça continua sendo feito pela mesma equipe e manteve as características do primeiro turno. A idéia central é afirmar a necessidade de uma mudança responsável com a garantia de continuidade das realizações das administrações anteriores consideradas positivas e alteração em setores onde haveria deficiência.

O ex-senador pretende alterar a gestão dos serviços de saúde, do sistema de ensino e enfrentar os problemas de segurança da capital. “Vamos fazer uma campanha sem raiva ou agressões”, disse Fogaça.

Com o reforço de profissionais da equipe do publicitário Duda Mendonça, o programa de Raul Pont foi mais incisivo na crítica ao adversário e na tentativa de convencimento sobre a competência do petista.

Apresentado como “o prefeito que é bom no que faz”, Pont destacou as realizações das administrações anteriores e as obras feitas na recuperação da malha viária, saneamento, moradia popular e construção de escolas.

Os investimentos do Orçamento Participativo, assembléias populares que definem a destinação de uma parte dos recursos municipais, teriam chegado a 2 bilhões de reais e custeado mais de 4 mil obras realizadas na cidade.

Pont foi mais direto na crítica ao adversário e pediu que os eleitores comparassem sua trajetória com as realizações de Fogaça no Senado. O desempenho dos partidos aliados de José Fogaça no governo estadual também foram alvo de críticas.

O candidato petista recusa a idéia de cansaço dos eleitores com as quatro administrações sucessivas do PT na capital e afirma a necessidade de continuidade da gestão petista sob o argumento de que “sempre há mais a fazer”.

Nas ruas, o clima da campanha é de poucas amenidades. Desde a divulgação das pesquisas eleitorais com a alteração no quadro das preferências eleitorais, as duas candidaturas intensificaram as atividades e fazem queixas e denúncias de agressões mútuas. Os encontros de partidários dos dois candidatos têm sido marcados por provocações verbais e os atritos incluem agressões físicas e danos a material eleitoral.