Museu de ficção científica em Seattle espera boom de visitantes

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Publicado quinta-feira, 17 de junho de 2004 as 12:26, por: CdB

Os fãs da ficção científica, conhecidos por se reunir em convenções, feiras de livros e na internet, agora têm um lugar que podem considerar sua casa: o primeiro museu dedicado à literatura e aos filmes de ciência, tecnologia e sobre o desconhecido.

O Museu e Hall da Fama da Ficção Científica, criado por Paul Allen, co-fundador da Microsoft, vai abrir suas portas na sexta-feira, à sombra da Agulha Espacial de Seattle. Os 1.208 metros quadrados do espaço abrigarão desde as coleções do próprio Paul Allen a outras doadas ou emprestadas ao museu.

Estarão expostas a cadeira do capitão Kirk, da série “Jornada nas Estrelas”, a primeira edição de “A Máquina do Tempo”, de H.G. Wells, e diversas peças high-tech que vão atrair os visitantes para o mundo dos vôos espaciais, das viagens no tempo e dos seres de outros planetas.

“As pessoas vão amar”, disse a diretora do museu, Donna Shirley, acrescentando que o museu prevê atrair entre 150 mil e 200 mil visitantes por ano.

Quatro seções, intituladas respectivamente “Homeworld” (Mundo-Lar), “Fantastic Voyages” (Viagens Fantásticas), “Brave New Worlds” (Admiráveis Mundos Novos) e “Them!” (Eles!), conduzem o visitante por mostras com objetos raros da ficção científica, como o conjunto completo de primeiras edições autografadas da trilogia “Foundation”, de Isaac Asimov, e uma coleção enorme de revistas como “Astounding Science Fiction”.

Há também objetos ligados a cinema e televisão, incluindo a viatura policial voadora de “Blade Runner — O Caçador de Andróides” e um modelo de 5,8 metros de comprimento da rainha Alien do filme “Alien”.

“É espantoso termos conseguido montar tudo isso”, afirmou Donna Shirley, que já foi diretora do programa de exploração de Marte da Nasa.

O Museu de Ficção Científica fica em uma ala do Experience Music Project, museu de rock inspirado em Jimi Hendrix instalado em um edifício eclético projetado pelo arquiteto Frank O. Gehry, cuja fachada ondulante é vermelha, azul, dourada, púrpura e prateada.

Greg Bear, autor dos best sellers “Forge the God” e “Darwin’s Radio” e presidente do conselho do museu, disse que Seattle é o lugar perfeito para um museu dedicado à ficção científica. “Muitas pessoas influentes na cidade são fãs e leitores do gênero”, explicou.

Algumas das mostras tratam dos perigos que a ciência e a tecnologia podem representar para a sociedade, inspiradas em trabalhos como o livro “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury, e o filme “THX 1138”, feito por George Lucas em 1971.

Paul Allen doou 20 milhões de dólares ao museu. Além disso, está financiando o primeiro vôo espacial tripulado com dinheiro privado.

Intitulado SpaceShipOne, o projeto fará sua primeira tentativa de decolar três dias após a abertura do museu, em 21 de junho, enviando um avião foguete até 100 quilômetros de altitude, no espaço suborbital.