Mulheres são 60% da força de trabalho na América do Sul, diz ONU

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Publicado terça-feira, 15 de junho de 2004 as 14:03, por: CdB

A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou hoje um relatório sobre a situação da mulher no mercado de trabalho dos países em desenvolvimento. Intitulado “Comércio e Gênero: Oportunidades e Desafios para Países em Desenvolvimento”, o documento foi apresentado em uma sessão de debates da 11ª reunião da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad XI).

O levantamento mostra que, nos últimos 25 anos, a participação feminina no mercado de trabalho dos países da América do Sul subiu de 26% para 45%. No Brasil, esse índice passou de 39%, em 1993, para 41%, em 2001 (evolução semelhante à vivenciada pelo Japão no mesmo período de tempo).

O setor em que a presença feminina brasileira é maior continua sendo os de serviços, trabalho comunitário e social. Nessas áreas, há oito anos, mais da metade da força de trabalho (59%) é composta por mulheres. O mesmo não acontece em áreas como construção, transporte e telecomunicações.

No relatório, um projeto desenvolvido no Maranhão com o babaçu é citado como exemplo de participação da mulher no mercado de extrativismo. Países do norte da África e o oeste da Ásia não receberam tantos elogios dos consultores da ONU. Nesses locais, apenas uma a cada três mulheres é economicamente ativa.

Mesmo em países com sucesso econômico – como Hong Kong, Coréia e Malásia – o homens continuam a dominar quase 70% do mercado de trabalho, sendo maioria absoluta em áreas mais lucrativas. Em todos os países analisados pelas Nações Unidas, os homens seguem recebendo duas vezes mais dos que as mulheres, maioria no mercado informal. Cerca de 60% dos 550 milhões de trabalhadores mais pobres do planeta são do sexo feminino.

“Vamos analisar esses problemas e tentar sugerir formas de resolvê-los”, disse Rubens Ricupero, secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e esenvolvimento. “Acreditamos, inclusive, que um bem planejado estímulo ao comércio pode ajudar a reduzir as desigualdades de renda e gênero.”