Mulheres do MST ocupam fazenda improdutiva em Lagoa Santa

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Publicado sexta-feira, 8 de março de 2024 as 12:08, por: CdB

A ocupação é motivada pelo não cumprimento da função social da terra, já que a propriedade estava abandonada pelos proprietários e improdutiva. O MST pede que a lei seja cumprida e que a área seja destinada à reforma agrária.

Por Redação, com Brasil de Fato – de Brasília

Cerca de 500 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a fazenda “Aroeiras,” no município de Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada desta sexta-feira. A ação integra a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que tem como lema “Lutaremos por nossos corpos e territórios. Nenhuma a menos”.

Mulheres ocupam fazenda “Aroeiras,” no município de Lagoa Santa, Região Metropolitana de BH, na madrugada desta sexta-feira

A ocupação é motivada pelo não cumprimento da função social da terra, já que a propriedade estava abandonada pelos proprietários e improdutiva. O MST pede que a lei seja cumprida e que a área seja destinada à reforma agrária. Além disso, a ocupação tem um caráter reivindicativo, já que atualmente, existem mais de 5 mil famílias acampadas no estado à espera do assentamento definitivo, como explica Maria Eni, da direção estadual do MST em MG.

– Estamos aqui hoje nessa ocupação protagonizada pelas nossas mulheres em função do 8 de Março, mas também em função dos travamento da nossa pauta da reforma agrária. São mais de 5 mil famílias acampadas aqui no estado de Minas Gerais, entre elas, está as famílias do acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, onde que aconteceu o massacre em 2004, das famílias da Fazenda Ariadnópolis, em Campo do Meio, e as famílias no Vale do Rio Doce, na área da Suzano. São vários acampamentos com mais de dez, 20 anos sem respostas do governo – afirma.

De acordo com Luana Oliveira, da direção estadual do MST, os principais conflitos de terra no estado não foram resolvidos, como o relacionado à fazenda Nova Alegria, em Felisburgo, e a antiga usina Ariadinópolis, em Campo do Meio, no sul do estado.

– Esse importante gesto de coragem das famílias e do MST em Minas Gerais é, sem dúvida, a alternativa mais legítima de lutar pelo direito à terra. Ocupamos para plantar árvores e alimentos, cuidar das águas nessa região metropolitana tão carente desse recurso, que já foi tão abundante nessa região. Ocupamos porque as terras e os bens da natureza de MG são do povo mineiro, e não para Zema seguir entregando às suas aliadas, as mineradoras – destacou.

– Aqui, vamos produzir alimentos saudáveis para nós e para o povo mineiro – completou.

Jornada de Luta das mulheres

A Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra 2024 ocorre do dia 6 a 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres. As mobilizações denunciam “as desigualdades sociais, a fome e a pobreza, criadas a partir da mercantilização da vida, dos bens comuns e da natureza”, afirma o movimento.

As mulheres do movimento também sairão em defesa da Reforma Agrária Popular como uma solução para a violência no campo e a fome, visando proporcionar trabalho, renda e dignidade, e destaca a importância do reconhecimento e demarcação de terras indígenas e o acesso às políticas públicas.

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