O ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, disse, nesta quarta-feira, que o governo não é favorável às mudanças, que estão sendo propostas no Senado, ao texto da reforma previdenciária.
Ele admitiu que, em princípio, o único ponto possível de alteração na Casa é a não taxação dos inativos com mais de 70 anos e portadores de doenças incapacitantes para o trabalho. “Mudar este ponto não trará grandes prejuízos ao sistema previdenciário, mas qualquer outra mudança é inviável sob o ponto de vista fiscal”, afirmou Berzoini.
Sobre o aumento do subteto salarial nos estados, o ministro disse depender da vontade dos governadores, já que serão eles que terão de arcar com os déficits. “O texto aprovado pela Câmara já atende aos interesses de todos. Qualquer outra mudança terá impacto orçamentário”, acrescentou. Sobre o prazo de aprovação da proposta no Congresso Nacional, ele garantiu estar em dia. “Até o fim do ano será concluída”, afirmou.
Berzoini deixou o seminário “Reforma da Previdência: O Brasil e a Experiência Internacional”, que acontece até esta quinta-feira no Itamaraty. Autoridades do governo, especialistas, políticos e consultores do Brasil, França, Estados Unidos, Holanda, Austrália, Canadá, Dinamarca e Espanha trocam experiências sobre reformas previdenciárias em seus países. Ao abrir o encontro, o ministro disse ser oportuna sua realização no momento em que o país está aberto às discussões da reforma previdenciária. Acrescentou que o insucesso das reformas em muitos países deve-se à falta de informação e diálogo entre os que já reformaram a Previdência Social.