Muçulmanos intensificam violência no sul do Paquistão

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Publicado sexta-feira, 5 de novembro de 2004 as 11:29, por: CdB

Separatistas muçulmanos estão intensificando suas ações violentas no sul da Tailândia na esperança de que uma resposta também violenta do governo aumente o apoio estrangeiro a suas forças, disse o primeiro-ministro do país, Thaksin Shinawatra, nesta sexta-feira.

Os separatistas, que vêm atacando budistas na região depois de 85 manifestantes muçulmanos terem sido mortos pelas Forças Armadas na semana passada, pressionavam os não-muçulmanos a deixarem suas casas e tentavam atrair recrutas, disse o premier.

– Eles querem nos deixar com raiva, querem nos fazer usar a força bruta e, depois, espalhar a notícia. Então, os simpatizantes deles no exterior lhes darão mais apoio – afirmou.

A violência na região sul da Tailândia, país de maioria budista, eclodiu em janeiro com a invasão de uma base militar de onde foram roubados 300 fuzis M-16. Pelo 15 pessoas, a maior parte delas budistas, foram assassinadas por militantes desde a morte na semana passada de 85 manifestantes – desses, 78 morreram sufocados em caminhões do Exército enquanto eram transportados para uma base militar.

Uma das vítimas dos insurgentes era um monge budista morto a tiros depois de uma cerimônia religiosa realizada perto de Songkhla, disse a polícia. Uma outra vítima era um fuzileiro muçulmano que protegia um templo budista.

Mais de 450 pessoas – a maior parte delas membros das forças de segurança e autoridades — foram mortas desde o roubo na base militar, no sul da Tailândia. Em meio à violência, o governo tailandês não mostrou sinais de ter políticas ou respostas para acabar com o levante.

Thaksin afirmou que esses problemas podem impedi-lo de reunir-se com o presidente reeleito dos EUA, George W. Bush, e com outros líderes da região em uma cúpula marcada para acontecer neste mês, no Chile.