Muçulmana é expulsa do comício de Donald Trump

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Publicado sábado, 9 de janeiro de 2016 as 18:12, por: CdB

Segundo a muçulmana Rose Hamid, um dos militantes de extrema direita que apóia Trump gritou que ela tinha uma bomba

Por Redação, com agências internacionais – de Colúmbia, EUA

Uma muçulmana foi expulsa de um comício de campanha do empresário Donald Trump, apontado como favorito para indicação do Partido Republicano como candidato à Presidência dos Estados Unidos.

Imagens de televisão gravadas no comício, na Carolina do Sul, mostram a comissária de bordo Rose Hamid, de 56 anos, usando um lenço na cabeça e uma blusa verde que dizia: “Salam. Eu venho em paz”.

Rose Hamid, de véu foi hostilizada por manifestantes da extrema direita republicana
A muçulmana Rose Hamid, de véu foi hostilizada por manifestantes da extrema direita republicana

A manifestante ficou em silêncio olhando para o palanque onde estava Trump. Mais tarde, abandonou o local, escoltada por apoiadores do empresário, que empunhavam cartazes diante do rosto da mulher.

Segundo Rose Hamid, um dos militantes gritou que ela tinha uma bomba.

Donald Trump, que lidera as pesquisas para a indicação republicana para concorrer à Casa Branca, provocou polêmica no mês passado, quando pediu a proibição temporária da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos. Trump defendeu a proibição na sequência de um ataque na Califórnia por um casal muçulmano radical que matou 14 pessoas.

– Há (um) ódio contra nós que é inacreditável – disse Trump, de acordo com a rede norte-americana de TV CNN, depois de Rose Hamid e vários outros terem sido expulsos do comício.

Rose respondeu a Trump afirmando “é o seu ódio, não é nosso ódio”.

O Conselho de Relações Americano-Islâmicas, condenou a expulsão de Rose Hamid do evento e instou Donald Trump a desculpar-se. “A imagem de uma mulher muçulmana sendo abusada e expulsa de um comício político envia uma mensagem assustadora para os muçulmanos americanos”, disse o diretor executivo do conselho, Nihad Awad, em comunicado.

Os muçulmanos têm enfrentado nos Estados Unidos reações públicas desde os atentados terroristas de novembro em Paris e o ataque de San Bernardino, na Califórnia, em 2 de dezembro.

Ataque a policial

Um homem que alega ser fiel aos militantes do Estado Islâmico (EI) feriu gravemente um policial da Filadélfia, fazendo uma emboscada à sua viatura “em nome do Islã”, disse na noite passada o comissário de polícia da cidade.

Edward Archer se aproximou do policial Jesse Hartnett, 33, pouco antes da meia-noite desta sexta-feira e disparou 11 tiros, três dos quais atingiram o oficial no braço, disseram autoridades.

A polícia divulgou imagens de uma câmera de vigilância que mostrou um homem vestido em uma longa capa branca andando em direção ao carro e disparando, chegando a atirar à queima-roupa pelo vidro da janela.

Hartnett perseguiu Archer, que foi preso por outros policiais e confessou o ataque, segundo autoridades.

— Ele confessou que cometeu esse crime covardemente em nome do Islã — disse Ross em coletiva de imprensa, acrescentando que o agressor, de 30 anos, citou os militantes do Estado Islâmico.

O capitão de polícia da Filadélfia James Clark disse:

— Ele afirma que jurou fidelidade ao Estado Islâmico, que segue Alá e que essa foi a razão pela qual ele foi escolhido para fazer isso.

Um grupo de defesa dos muçulmanos dos EUA disse não ter encontrado evidências de que Archer era de fato devoto do Islã. O agente especial do FBI Eric Ruona disse que Archer viajou para a Arábia Saudita em 2011 e o Egito em 2012 e que essas viagens estão sendo investigadas. Não há evidências de que o agressor atuou em grupo.