O presidente do Senado, José Sarney, disse durante entrevista à imprensa, concedida na manhã desta quarta-feira, que a medida provisória do salário mínimo já pode ser votada na sessão plenária de quinta-feira de acordo com as normas regimentais, e que a possibilidade de adiamento de sua apreciação para a semana que vem “depende das lideranças”. O senador negou-se a fazer previsões sobre o resultado da votação, alegando sua condição de presidente do Congresso, mas voltou a defender a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
– Meu ponto de vista é de que o presidente da República optou pelo valor que julgava possível, dentro da disponibilidade das contas públicas. Não acredito que um presidente com a sua biografia, que foi operário e já lutou tantas vezes por salário, deixasse de propor algo maior, se fosse possível – afirmou.
Sarney explicou que a MP foi lida na sessão plenária de terça-feira, quando transcorreu a primeira sessão de discussão. Na sessão desta quarta-feira ocorrerá a segunda sessão de discussão da matéria, explicou. Com a terceira sessão de discussão, que acontecerá na sessão plenária desta quinta-feira, a matéria já pode ser votada, informou.
A medida provisória (MP 182/04) elevou o valor do salário mínimo de R$ 240 para R$ 260 a partir de 1º de maio e já foi aprovada pela Câmara dos Deputados. A MP depende agora da votação do Senado e está sobrestando a pauta, necessitando, portanto, ser votada antes das demais matérias que estão na Ordem do Dia da Casa.
Senadores do PSDB já se manifestaram em Plenário em favor de um aumento maior para o salário mínimo do que o fixado pelo Executivo, elevando o piso para R$ 275. Senadores do PFL também defenderam essa proposta no Plenário.