O motorista sírio de dois jornalistas franceses sequestrados há três meses no Iraque disse que, enquanto esteve com eles, a dupla foi bem-tratada.
Georges Malbrunot, do jornal Le Figaro, e Christian Cheston, da Radio France Internacionale, foram sequestrados junto com o motorista Mohammed al-Jundi em agosto, quando iam para a cidade sagrada de Najaf.
“Estou otimista”, disse al-Jundi a jornalistas em Paris, referindo-se à chance de libertação dos dois correspondentes. “Nunca fomos maltratados”, afirmou ele, que disse ter sido separado da dupla 15 dias depois da captura.
Marines norte-americanos encontraram o motorista em Falluja durante a ofensiva deste mês contra os rebeldes que controlavam a cidade.
Al-Jundi disse que os sequestradores não pareciam fazer parte de um grupo extremista. “Acho que eles pertencem à resistência nacional contra a ocupação”, afirmou o motorista.
No domingo, o jornal britânico Sunday Times disse ter obtido um CD-ROM com um vídeo que mostra os dois jornalistas, supostamente gravado neste mês.
O jornal afirmou que Chesnot e Malbrunot aparentavam bom estado de espírito, mesmo depois de passarem três meses nas mãos do grupo que se intitula Exército Islâmico.
“O comportamento do Exército Islâmico é muito bom. Não houve violência envolvida”, disse Chesnot em árabe, com sotaque francês, segundo o jornal. “Comemos três vezes por dia, temos bastante chá e tudo está disponível”, acrescentou.
Chesnot disse que estava sendo mantido como refém enquanto o Exército Islâmico investigava a identidade dele e de seu colega. Ele afirmou também que a precária situação de segurança no país estava retardando a libertação da dupla.
O sequestro dos jornalistas chocou a França, país que se opôs à guerra no Iraque. Paris mobilizou uma ampla frente de líderes árabes e personalidades muçulmanas para pedir a libertação deles. Como isso não aconteceu, o otimismo inicial deu lugar a uma crescente cautela.