O jornal The Guardian informou nesta terça-feira que o diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, Márcio Pereira Pinto Garcia, e subprocurador-geral da República e corregedor-geral do Ministério Público Federal, Wagner Gonçalves, já tiveram uma primeira reunião com o comissário-chefe da Polícia Metropolitana, Ian Blair, e o subcomissário, John Yates, tendo em vista o reinício das discussões sobre a morte a tiros do brasileiro Jean Charles Menezes pela polícia de Londres.
O eletricista mineiro foi confundido com o um terrorista e abatido com oito tiros no metrô de Londres. O encontro, segundo o The Guardian, durou cerca de uma hora e meia e a Scotland Yard o descreveu como positivo e construtivo, apesar de Yates ter dito que não poderia discutir os detalhes do caso porque a Comissão de Investigação de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês) abriu um inquérito independente para estabelecer se houve negligência da polícia na morte de Jean Charles. A delegação brasileira vai se reunir com membros do IPCC nesta quarta-feira.
Ainda nesta terça-feira, uma fonte da polícia londrina adiantou que a investigação legal sobre as causas da morte de Jean Charles de Menezes estará concluída antes de 25 de dezembro, informou uma fonte judicial.
Porém, o relatório da Comissão Independente de Reclamações contra a Polícia (Independent Police Complaints Commission, IPCC) sobre a investigação não será divulgado antes de todos os procedimentos do caso – incluindo qualquer medida criminal ou disciplinar contra os policiais envolvidos na morte do brasileiro – estarem completos, informou o advogado do IPCC Richard Latham.
– A situação é esta. Existe a intenção de divulgar antes do Natal. Ninguém espera que uma investigação como esta seja precipitada. Deve ser ampla e conduzida com muito cuidado – afirmou Latham no tribunal de instrução.