Miséria e riqueza: Eternos temas em debate

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quinta-feira, 27 de julho de 2006 as 13:48, por: CdB

Os ciclos de crescimento econômico no Brasil nunca foram capazes de desconcentrar a renda no país, diminuir as desigualdades e a pobreza de boa parte dos brasileiros – e, muitas vezes, levaram a um processo contrário, como sempre demonstrou Celso Furtado, um dos maiores economistas do século 20, falecido em 2004. No mundo atual, em que o capitalismo financeiro e as transnacionais geram lucros gigantescos para um pequeno clube de milionários e bilionários no Brasil e no mundo, as dificuldades para superar tais impasses históricos no país tornam-se ainda mais dramáticas. E o caminho para superá-las pode estar na taxação das transações financeiras; na adoção de políticas que induzam ao crescimento solidário entre os países da América Latina, desde que se cortem as amarras do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial; e até na criação de um novo sistema financeiro e de crédito entre os países do hemisfério Sul.

Além de discutir essas questões, o primeiro dia do seminário internacional Pobreza e Desenvolvimento no Contexto da Globalização, realizado esta semana, no Rio, marcou também a pré-estréia do documentário sobre Celso Furtado, O Longo Amanhecer, de José Mariani. O filme emocionou e despertou uma série de reflexões sobre o Brasil no público que esteve presente no principal auditório da sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. Organizado pelo Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, em parceria com a entidade Helsinki Process – Globalisation and Democracy e com a Secretaria-Geral da Presidência da República, o evento terminou nesta quinta-feira.

No primeiro dia de debates, o seminário também foi palco do lançamento da Carta pelo Desenvolvimento, documento que propõe para o Brasil “uma agenda para além da estabilidade” e que foi aprovado simbolicamente pelos aplausos do público após sua leitura pelo economista Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente Institucional do Centro Celso Furtado.