Após rápida negociação intermediada diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, acertou com a cúpula do PMDB sua volta ao partido.
A filiação do ministro, que deve ocorrer nos próximos 15 dias, consolida a posição do Palácio do Planalto no PMDB e isola o PDT de Leonel Brizola, que já não é considerado um aliado por Lula.
Entre 9 e 12 deputados do PDT devem acompanhar Miro, segundo cálculos do ministro. O grupo está descontente com o rumo ditado por Brizola ao partido. No programa partidário de rádio e TV desta quinta-feira, o PDT – onde já foi protocolado um pedido de expulsão do ministro –
voltou a atacar o governo federal.
A cúpula do PMDB assegura ter obtido o compromisso de Lula de que Miro não será considerado um ministro da cota do partido na próxima reforma ministerial. Ou seja, o PMDB teria direito a outra Pasta. “Nós queremos o deputado Miro Teixeira e não o ministro Miro Teixeira”, disse o líder na Câmara, Eunício Oliveira (CE).
A volta do ministro ao partido começou a tomar forma há duas semanas, num almoço dos dirigentes peemedebistas com Lula no Alvorada. Na terça-feira passada, entrou em cena o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), amigo do ministro e do deputado Moreira Franco (RJ), até então o principal empecilho à negociação. Franco se comprometeu a não vetar a filiação. “Não faço política de vetos.
O senador Sérgio Cabral (RJ) recebeu a garantia de que Miro não quer disputar nem a prefeitura nem o governo do Rio. Com a filiação do ministro, o Planalto ganha uma referência no PMDB do Rio.