Segundo o ministro houve um “erro no sistema de diárias”, que acabou incluindo indevidamente no cálculo dos valores e datas referentes a fins de semana, quando não teve agendas públicas. Juscelino ainda acrescenta que todas as diárias pagas indevidamente foram devolvidas aos cofres públicos.
Por Redação – de Brasília
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, publicou nesta segunda-feira um vídeo nas suas redes sociais para se defender das acusações de uso indevido de diárias e do avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Devido ao prazo exíguo, uma vez que iria se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na tarde desta segunda-feira, o parlamentar maranhense licenciado não comentou a nomeação de nomes próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para sua pasta.
Segundo o ministro houve um “erro no sistema de diárias”, que acabou incluindo indevidamente no cálculo dos valores e datas referentes a fins de semana, quando não teve agendas públicas. Juscelino ainda acrescenta que todas as diárias pagas indevidamente foram devolvidas aos cofres públicos.
Juscelino recebeu diárias do governo federal por dias sem agenda de trabalho em São Paulo, São Luís e até no exterior. Até o momento, o total de diárias recebidas pelo ministro em duas viagens internacionais – a Portugal e Espanha – soma R$ 34,2 mil. Nota divulgada pela pasta na semana passada afirma que Juscelino Filho decidiu devolver o valor das diárias referentes às viagens do Maranhão e de São Paulo.
Outra denúncia
Na viagem a São Paulo, o ministro teve apenas duas agendas oficiais e aproveitou a estadia na capital paulista para participar de um evento relacionado a cavalos Quarto de Milha, como revelou o diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP). O ministro é criador de animais da raça e teria um plantel avaliado em mais de R$ 45 milhões.
No encontro com Lula, no entanto, o ministro precisará explicar ainda porque Gustavo Gaspar, sócio de Juscelino no haras onde ele cria seus cavalos de raça, estava lotado no gabinete da liderança do PDT no Senado. No local onde deveria trabalhar, no entanto, ninguém conhece Gaspar, embora ele tenha salário de R$ 17,2 mil, “um dos maiores do gabinete”, posiciona o OESP, em matéria publicada também na atual edição. Gaspar seria sócio da irmã do ministro, a prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Rezende.
Dois dias depois da constatação de que Gaspar não dava expediente no local, seu cargo mudou e passou a ser na Segunda Secretaria do Senado, chefiada pelo senador Weverton Rocha (PDT-MA), que seria um dos “fiadores” da indicação de Juscelino para o comando do Ministério das Comunicações. A reportagem também não localizou Gustavo Gaspar na Segunda Secretaria, onde a publicação afirma que duas servidoras disseram não saber do que se tratava.
Parlamento
O partido de Juscelino, por sua vez, desconversa sobre as acusações e ataca a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR). No domingo, o deputado Elmar Nascimento (BA) e o senador Efraim Filho (PB), líderes do União Brasil na Câmara e no Senado, respectivamente, divulgaram nota afirmando que “o ministro sempre teve uma atuação respeitada no parlamento”.
“Quando atitudes dos seus aliados são contestadas – e não faltaram acusações a membros do PT na história recente do País – a parlamentar prega o direito de defesa. Quando a situação se inverte, prefere fazer pré-julgamentos”, diz a nota sobre Hoffmann.
Pouco antes da reunião Lula comentou com interloctores que Juscelino “tem o direito de provar sua inocência, mas se ele não conseguir provar sua inocência, ele não poderá permanecer no governo”.
