Ministério da Inglaterra pode ser processado por famílias

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado segunda-feira, 1 de março de 2004 as 04:34, por: CdB

As famílias de seis soldados britânicos mortos no Iraque em junho de 2003 por uma multidão enfurecida pretendem processar o seu Ministério da Defesa por homicídio culposo.

As famílias, furiosas com a negativa do ministro da Defesa, Geoff Hoon, de abrir uma investigação pública, acreditam que seus entes queridos morreram por uma série de erros cometidos pelas autoridades militares.

Os seis soldados, encarregados de treinar a nova Polícia iraquiana, foram mortos em 24 de junho de 2003 em Al-Majar Al-Kabir, no sul do Iraque. Segundo Reg Keys, pai de uma das vítimas, os seis militares britânicos só dispunham de algumas dezenas de balas para se defender e não levavam granadas nem qualquer outro aparato bélico, no momento em que visitavam um posto policial para conversar sobre a renovação de sua permanência na área.

– Estes militares foram obrigados a enfrentar sob estas condições uma multidão enfurecida, que tentava se vingar de pára-quedistas britânicos que haviam realizado uma operação pente-fino não muito longe do local, ignorando as advertências das milícias – lembrou Keys.

– Os pára-quedistas tinham aberto fogo contra os iraquianos, matando dezenas de pessoas antes de fugir, deixando na região soldados insuficientemente armados e à mercê da enfurecida população – ressaltou.

A Grã-Bretanha faz parte da coalizão encabeçada pelos Estados Unidos, que em março de 2003 invadiu e posteriormente ocupou o Iraque.