Militar brasileiro diz que morte de Ravix pode favorecer desarmamento

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Publicado domingo, 10 de abril de 2005 as 11:43, por: CdB

A brigada brasileira da Força de Paz no Haiti (Minustah) está em “estado de expectativa” após a morte, nesse sábado (9), do autoproclamado comandante dos ex-militares haitianos, Ravix Remissainthe, e três de seus homens num confronto com as forças das Nações Unidas e da polícia haitiana. A informação é do coronel Carlos Barcelos, chefe da Seção de Comunicação Social da brigada brasileira no Haiti. Ele acrescentou que, até o momento, a situação é de normalidade “com a população tranqüila e receptiva às tropas brasileiras”.

Segundo o coronel Barcelos, ontem mesmo, após a morte de Remissainthe, a brigada brasileira realizou uma operação no bairro de Delmas, em Porto Príncipe, capital do Haiti, em busca de um líder de gang. Segundo ele, não houve qualquer reação da população. Nessa operação, ninguém foi preso.

No entanto, o patrulhamento diário na zona de ação das tropas brasileiras foi intensificado “na expectativa de que acontecesse alguma coisa”, disse o militar. A morte de Ravix Remissainthe pode favorecer o desarmamento de ex-militares haitianos, ponderou o coronel brasileiro. Segundo ele, muitos ex-militares do país têm receio de entregar suas armas à Força de Paz das Nações Unidas temendo represálias dos ex-militares do Haiti.

O ex-militar haitiano era procurado por um suposto envolvimento com a morte de policiais, em fevereiro deste ano, no aeroporto de Porto Príncipe. Remissainthe foi um dos líderes militares que depuseram o presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide.