Militantes do PT questionam Palocci sobre rumos da economia

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Publicado sexta-feira, 14 de maio de 2004 as 22:36, por: CdB

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, foi questionado por militantes do PT sobre os rumos da política econômica do governo nesta sexta-feira, durante a Conferência Nacional de Estratégia Eleitoral do partido, em São Paulo.

Pelo menos 10 das 40 perguntas sorteadas para serem respondidas por ele, pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu, e pelo presidente do PT, José Genoino, que presidiam a mesa, tinham como tema a economia brasileira.

“O ministro Palocci foi convincente ao explicar por que a política econômica não é a mesma de FHC. Ele disse a todos para não termos medo de defender a política do governo no âmbito local”, afirmou o deputado Paulo Bernardo (PT-PR).

Segundo ele, Palocci falou ainda que não é o governo que vai gerar mais empregos ou aumentar o valor do salário mínimo, e sim a economia.

Paulo Bernardo disse, porém, que a maior crítica dos militantes foi quanto a falhas na comunicação do governo. “Muitos disseram que só tomam conhecimento das iniciativas do governo pela imprensa”, afirmou o deputado, acrescentando que o ministro José Dirceu prometeu discutir o assunto com Luís Gushiken, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo.

Para José Genoino, Palocci se saiu bem na conferência. “Ele foi muito seguro e reafirmou os rumos da política econômica. No final, foi aplaudido”, disse.

Genoino afirmou ainda que a crítica e o debate fazem parte da história do PT, mas que o partido apóia a política econômica do governo. “Essa história de que há divergência entre as lideranças do PT (quanto ao assunto) é balela. Nas grandes questões, o partido está unido”.

Depois da conferência, Palocci, Dirceu e Genoino se reuniram a portas fechadas com deputados federais e senadores. Na pauta, mais economia. Um dos assuntos abordados foi por que o governo não pode aumentar o valor do salário mínimo de 260 para 275 reais, como quer a oposição.

Segundo o deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, “o Palocci nos convenceu de que não tem de onde tirar (o dinheiro), isso atrapalharia o equilíbrio da balança e as contas do governo”.

Vicentinho, que defende uma recuperação do mínimo independente de valor e de data-base, quer levar o assunto a debate no Fórum Nacional do Trabalho. Mas ressalvou que seguirá a decisão da bancada do partido.