Presidente nacional do PSB, Miguel Arraes foi enterrado no final da tarde deste domingo, em cortejo que teve a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e cerca de 15 mil pessoas, durante o cortejo que cumpriu cerca de dois quilômetros entre o Campo das Princesas, sede do governo pernambucano e o Cemitério de Santo Amaro, Zona Norte da capital. A homenagem foi digna de um chefe de Estado. O ex-governador foi saudado pela multidão como “Arraes, guerreiro, do povo brasileiro”. Lula foi recebido com aplausos e saudações efusivas pela população, quanto chegou ao velório Arraes, morto neste sábado.
– Olê, olê, olá, Lula, Lula.
Este foi o brado da multidão ao saudar o presidente, que chegou acompanhado de seis ministros. O povo gritava, em sinal que apóia o presidente, envolto em acusações de corrupção. Durante o velório, Lula se reuniu por cerca de dez minutos com a família do ex-governador, abraçou a viúva, dona Magdalena, e seguiu para o segundo andar do palácio, reservado pelo governo de Pernambuco para o descanso da família.
A multidão, reunida em frente ao Palácio do Campo das Princesas, vaiou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital paulista, José Serra (PSDB). Também foram vaiados o ex-ministro meio ambiente do governo de Fernando Henrique Cardoso, Raul Jungmann, e o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, ex-comunista que passou a apoiar o governo de FHC.
Arraes morreu na manhã deste sábado, aos 88 anos, após internação de mais de dois meses. Ele foi hospitalizado no dia 16 de junho. No atestado de óbito, assinado pelo médico Ciro Andrade Lima, a causa da morte foi choque séptico provocado por infecção respiratória e agravado por insuficiência renal.