O ex-banqueiro e deputado eleito pelo PSDB, Henrique Meirelles, pode ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na próxima terça ou quarta-feira, segundo o presidente do Congresso, Ramez Tebet (PMDB-MS). Meirelles foi indicado pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para presidir o Banco Central e precisa agora da aprovação do Senado.
Meirelles disse ontem, após ser anunciado para o cargo pelo presidente eleito, que fará comentários sobre política econômica, financeira e cambial durante a sabatina.
Após cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que a mensagem do presidente Fernando Henrique Cardoso fazendo a indicação de Meirelles para o Banco Central ainda não havia chegado.
Ele disse que assim chegar o documento, colocará em votação em regime de urgência para tramitação da mensagem, para que Meirelles possa ser sabatinado.
“A gente percebe que é uma indicação que tem peso na sociedade, peso que chega ao Congresso. Já ouvi senadores colegas meus que me disseram que não deve haver problemas para a aprovação de seu nome”, afirmou.
Sobre a definição do ministério, Tebet disse que acha que o PMDB cumprirá o seu dever de ajudar o novo governo sem que necessariamente receba cargos.
Na mesma cerimônia em Brasília, o ex-governador e presidente do PDT, Leonel Brizola, disse esperar que Lula não escolha os seus ministros como se estivesse “passando num supermercado, escolhendo produtos e dizendo esse eu quero, esse eu não quero”.
“Nós somos um partido e as conversas têm de ser feitas de partido para partido”, afirmou Brizola.
Ele também disse que só tomou conhecimento de uma suposta indicação do deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) para o Ministério das Comunicações pela imprensa.
Após a diplomação, Brizola abraçou o ex-presidente do PT, José Dirceu, futuro ministro chefe da Casa Civil.
“A imprensa está tentando nos intrigar. No que depender de mim, o PDT estará no governo, sob a liderança de Leonel Brizola, figura que o PT respeita muito”, disse José Dirceu.