Maternidades adotam o uso de pequenas redes para bebês prematuros

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Publicado segunda-feira, 11 de maio de 2015 as 13:47, por: CdB
Método favorece o desenvolvimento sensório-motor
Método favorece o desenvolvimento sensório-motor

 

As sete maternidades da rede estadual de Saúde já adotaram as pequenas redes colocadas dentro das incubadoras como aliadas no ganho de peso de bebês prematuros. O Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, foi o primeiro a usar o método, há um ano.

O formato oval do objeto permite que o bebê se acomode da mesma forma que faria no útero materno. Assim, ele se acalma e reduz o gasto de energia, favorecendo o desenvolvimento motor e o ganho de peso.

Para serem colocados nas redinhas, os bebês precisam estar clinicamente estáveis, sem auxílio de oxigênio na respiração e com boa frequência cardíaca. Os recém-nascidos só podem ser colocados nas redes 40 minutos após a amamentação, para evitar broncoaspiração. O método é aplicado nas incubadoras da Unidade Intermediária (UI) por, no máximo, 40 minutos.

– Na redinha, as crianças naturalmente se colocam na posição intrauterina: de lado, com braços e pernas flexionados e as mãos perto do queixo. Assim elas ficam mais tranquilas, gastam menos energia e isso ajuda no ganho de peso. Elas são monitoradas o tempo inteiro e retiradas da rede a qualquer sinal de instabilidade – explicou Úrsula Nunes, coordenadora de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Vereador Melchíades Calazans, em Nilópolis, onde o método é aplicado há seis meses.

Em geral, esse método costuma ser adotado por duas a três semanas até que a criança atinja 1,8 kg. Depois, o bebê é levado para a enfermaria onde fica com a mãe até alcançar 2 kg e receber alta, caso não haja complicações.

Ao reproduzir o útero materno, as redinhas, além de acalmarem os recém-nascidos, também ajudam no desenvolvimento sensório-motor.

A pequena Geovanna nasceu de sete meses com 1,220 quilos e logo perdeu 200 gramas. Em 12 dias, chegou a 1,240 kg. A mãe dela, Nailine Torres, de 30 anos, percebeu que a filha ficou mais relaxada desde que iniciou o método da redinha.

– A impressão é que ela se sente realmente no meu útero. Ela está visivelmente mais calma e sei que isso ajuda no desenvolvimento e no ganho de peso – afirmou Nailine.