Manifestações contra OMC deixa 48 feridos em Cancún

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Publicado quarta-feira, 10 de setembro de 2003 as 21:09, por: CdB

Com as manifestações em Cancún, por ocasião da reunião da OMC, o resultado foi uma morte e cerca de 48 pessoas feridas, às 13h30 de hoje. Camponeses, estudantes e integrantes de organizações civis formaram marcha de 2.500 pessoas nas ruas da cidade mexicana.

O exército mexicano, por sua parte, só espera ordens das autoridades para começar a utilizar, pela primeira vez no México, caminhões antimotins equipados com canhões de água para conter manifestantes.

Milhares de camponeses e camponesas do mundo inteiro saíram às ruas de Cancún para expressar sua postura sobre a problemática da agricultura, sendo recebidos com imponentes operativos policiais.

“A repressão exercida contra os camponeses e camponesas hoje em Cancún reflete a falta de democracia das práticas da OMC, que negocia acordos em benefício de corporações transnacionais e contra os interesses dos povos. Os direitos humanos y todos os direitos cidadãos parecem cada vez mais longes das preocupações desse organismo”, declarou a Vía Campesina.

Jovens Rebeldes, um grupo de jovens vestidos de preto e a maioria italianos, conseguiram derrubar barreiras de segurança e diziam estar dispostos a enfrentar a polícia e chegar até a reunião da OMC. “Queremos intervir no foro econômico que está acontecendo, a reunião dos ministros”, disse um dos jovens.

Segundo Walden Bello, do Fórum Mundial Antiglobalização, “existe muita tensão entre os distintos participantes. O Fórum pode voltar a trás nas decisões que quer tomar. No entanto, tem muitos conflitos entre sos partidos que podem dificultar as negociações”.

“Os países do Sul não querem apoiar a OMC como antes e os países maiores vão ter problemas porque existe uma convergência dos países do Sul, as atividades de Seattle que lhes põe outras dificuldades”, acrescentou Bello.

Na Espanha, uma centena de representantes de organizações sociais, ecologistas e sindicatos agrários espanhóis se manifestaram hoje, dia 10, frente ao Ministério da Agricultura, em Madrid, para expressar sua reprovação às negociações da OMC em Cancun.

* Com informações também de Minga Informativa de Movimientos Sociales.