Maluf comemora encontro com presidente da República

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Publicado quinta-feira, 21 de dezembro de 2006 as 12:09, por: CdB

O ex-prefeito da capital paulista, Paulo Maluf – processado internacionalmente por desvio de dinheiro público durante a sua gestão – comemorou nesta quinta-feira, com um café da manhã em sua residência, o resultado do encontro entre o presidente Lula e a maioria dos 41 deputados que integrarão a bancada do PP na próxima Legislatura. Maluf, o deputado mais votado do país, em números absolutos (739.827 votos), nas eleições deste ano, fez questão de comparecer ao encontro. Foi a segunda reunião do presidente com bancadas de parlamentares que irão formar a coalizão governista. A primeira foi com a bancada do PTB, que ainda não participa formalmente da aliança por resistência do presidente do partido, Roberto Jefferson.

O PP formalizou seu ingresso no governo Lula no início deste ano, quando o ex-deputado Severino Cavalcanti foi eleito presidente da Câmara. Como contrapartida ao apoio parlamentar, o partido indicou para substituir o ex-governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, no Ministério das Cidades, o então secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Márcio Fortes, um antigo assessor do deputado Francisco Dornelles (PP-RJ), eleito senador pelo Rio de Janeiro.

Até então, no entendimento da cúpula do governo, o PP estava representado pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que não é do partido, mas tinha afinidade com a ala ruralista da legenda, que o teria adotado. No governo FHC, a pasta da Agricultura também ficou nas mãos do PP, particularmente no período em que o ministro era o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores, Pratini de Morais.

Nas eleições deste ano, o PP se dividiu, com uma parte apoiando a candidatura do tucano Geraldo Alckmin. Por essa razão, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, imaginava que o PP não iria se integrar formalmente à coalizão do governo. Ele chegou a dizer claramente a uma comitiva do partido, semanas atrás, que haveria uma diferenciação entre os formalmente coligados e os que estavam apoiando o governo com a maioria de suas bancadas.

Os dirigentes do partido entenderam o recado. Em menos de uma semana reuniram a Comissão Executiva Nacional, aprovaram a entrada na coalizão e levaram a ata para o presidente Lula ver na reunião que teve semana passada com os presidentes dos partidos que pretendem dar sustentação ao seu governo. Não havia mais porque tratar o PP como um aliado de segunda categoria.

O presidente ainda não definiu se o partido permanecerá no comando do Ministério das Cidades, mas deixou claro na reunião que estarão representados no governo. Os dirigentes do PP sonham com pelo menos a metade dos ministérios que deverão ficar sob a responsabilidade do PMDB, já que a bancada do partido na Câmara corresponde a quase metade da peemedebista. Está nas cogitações do partido manter o atual ministério e recuperar o da Agricultura. Mas o presidente avisou que só vai tratar do assunto no ano que vem.

De acordo com o líder da bancada, deputado Mário Negromonte (BA), Lula disse que estava feliz pela integração do PP ao governo e que espera contar com o partido no apoio às propostas para acelerar o crescimento do país. Mas observou, pedindo a concordância daqueles com experiência de ex-governadores e ex-prefeitos, como Paulo Maluf, que isso não é uma tarefa fácil. “Você que foram governadores, foram prefeitos sabem, o Maluf sabe, que tem muitas coisas que não dá para fazer do dia para a noite”, teria dito o presidente segundo Negromonte.

Maluf chegou dizendo que não queria roubar a cena da atual direção do partido, apesar de ter sido duas vezes candidato do partido à Presidência da República. Mas não agüentou. “A eleição acabou. Hoje o que interessa é o projeto Brasil. E nós vamos ajudar”, assegurou o ex-governador, que tem uma lista de pendências na Justiça por acusações de improbidade administrativa. Sendo a mais contundente a que o acusa de ter recebido milhões d