Mais de 500 estudantes pró-reformistas se reuniram neste domingo em uma praça de Teerã para protestar contra a existência de presos políticos, em um dia que coincide com o primeiro aniversário da condenação à morte ditada contra um professor dissidente.
Em 9 de novembro de 2002, um tribunal iraniano condenou à pena capital o professor Hashem Agharani, acusando-o de blasfemar contra o Islã. Aghrani ainda se encontra preso, à espera de julgamento, depois que a sentença de morte na forca foi revogada.
Os estudantes se deram as mãos, cantaram e ouviram discursos do lado de fora de uma mesquita, com o objetivo de enviar uma mensagem de solidariedade ao professor de História detido. “O pássaro da liberdade, doutor Hashem Aghajari, ainda se esforça para tirar as asas da jaula da ditadura e seguir o correto pensamento livre”, disse um dos estudantes em seu discurso.
Os manifestantes também pediram a libertação dos jornalistas Akbar Ganji e Abbas Abdi, presos há dois anos por publicarem um artigo no qual garantiam que três quartos da população iraniana eram a favor de restabelecer as relações com os Estados Unidos.
Mais de 90 publicações foram fechadas no país nos últimos três anos, enquanto os analistas consideram que a aparente luta entre conservadores e reformistas é apenas um circo orquestrado por Ali Khamenei.
Para os especialistas, esta oposição entre conservadores e reformistas teria sido organizada para apresentar o país como uma democracia onde as pessoas vão às urnas para escolher entre duas alternativas, mas estas opções são praticamente a mesma, já que ambos os lados são aiatolás partidários de manter a república islâmica teocrática fundada por Khomeini.
O protesto estudantil coincide com a visita ao Irã do relator dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Ambeyi Ligabo, que se referiu ao caso de Aghajari para ilustrar “seus temores” sobre o que acontece no país.
Mais de 500 estudantes protestam por liberdade no Irã
Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado domingo, 9 de novembro de 2003 as 21:58, por: CdB