Mais cinco militares mortos no Iraque: Situação de Bush é crítica

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Publicado quinta-feira, 26 de outubro de 2006 as 13:33, por: CdB

Os militares norte-americanos anunciaram, nesta quinta-feira, a morte de mais cinco membros das forças dos EUA no Iraque, elevando a 96 o total de outubro, fato que pode prejudicar o partido do presidente George W. Bush nas eleições de novembro. Bush disse na quarta-feira que sua paciência com o governo iraquiano tem limites, mas prometeu não colocar uma pressão intolerável sobre Bagdá para melhorar a segurança.

– Estamos pressionando os líderes iraquianos a tomarem medidas fortes para salvarem seu país. Estamos deixando claro que a paciência da América não é ilimitada – disse Bush em entrevista coletiva na Casa Branca.

Apesar da pressão da oposição democrata para começar a retirar tropas do Iraque, Bush disse que os EUA manterão a ocupação “até que o trabalho tenha sido feito”, mas que irão ajustar as táticas quando for necessário. Outubro é o mês mais letal para os EUA no Iraque em um ano. Em toda a guerra, o pior mês para os norte-americanos foi novembro de 2004, quando 137 soldados morreram. Em janeiro de 2005, 107 militares foram mortos.

Um oficial da Marinha e quatro da Corporação dos Marines foram mortos em combate na quarta-feira na Província de Anbar, oeste do Iraque, segundo nota divulgada na quinta-feira pelos militares. Não ficou claro se todos os cinco morreram no mesmo incidente. Anbar é um reduto da insurgência sunita que enfrenta as forças dos EUA e do governo iraquiano, dominado pelos xiitas.

O primeiro-ministro Nuri al-Maliki se voltou na quarta-feira contra seus aliados norte-americanos, ao rejeitar um “cronograma” anunciado pelos EUA para combater a violência sectária. Ele também criticou uma ação militar em um bairro xiita de Bagdá. Em comentários que devem agradar à base de apoio xiita do governo, Maliki disse não acreditar na eficácia de um cronograma imposto externamente.

Mas a violência sectária mata cerca de 100 pessoas por dia, e os EUA pressionam Maliki a conter as milícias responsáveis pelos crimes, que são em geral ligadas a partidos influentes na coalizão do governo. O primeiro-ministro até agora resiste aos apelos de adotar uma linha-dura contra as milícias. Maliki criticou a incursão aérea e terrestre das forças norte-americanas e iraquianas no bairro xiita de Sadr City, reduto da milícia Exército Mehdi, do clérigo radical Moqtada al-Sadr.

Inicialmente, os EUA disseram que o objetivo da operação era capturar o líder de um esquadrão de morte xiita. Mais tarde, os militares admitiram também que estavam em busca de um soldado norte-americano sequestrado na segunda-feira. A ação deixou pelo menos dez supostos militantes mortos e três detidos. Os combates em Sadr City provocaram protestos contra Maliki, mostrando as pressões políticas conflitantes que ele sofre da sua base xiita e dos seus aliados norte-americanos.