Após reunião na manhã desta quinta-feira com líderes da base aliada, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse que só volta atrás na decisão de expulsar do país o jornalista Larry Rohter, do NYT, se ele se retratar sobre ofensas publicadas. Lula disse que até o momento nem o repórter tampouco o jornal pediram desculpas por insinuarem possíveis problemas seus com bebidas.
Lula justificou a decisão aos aliados dizendo que se sentiu muito ofendido com o texto de Larry Rohter, publicado no domingo passado, apontando possíveis problemas do presidente do Brasil com bebidas alcoólicas. Os parlamentares concordaram que houve uma ofensa grave ao líder da nação, mas pediram que o presidente pensasse melhor sobre a decisão.
O caso pode ter um revés no âmbito judicial, uma vez que Larry Rohter pode conseguir hábeas-corpus no Superior Tribunal de Justiça para permanecer no Brasil. Ele é casado com uma brasileira e tem uma filha brasileira.
Participaram da reunião com Lula, no Palácio do Planalto, o presidente do Senado, José Sarney, líderes da base e os ministros José Dirceu, da Casa Civil, e Aldo Rebelo, da Coordenação Política. Durante todo o dia de ontem, parlamentares do PT tentaram mostrar ao presidente o desgaste político que a iniciativa estava causando ao governo, mas o presidente permanecia irredutível.
Na Tribuna do Senado, o líder do governo na Casa, Aloísio Mercadante, disse que pediria ao presidente para rever sua posição, embora confirmasse que a atitude de Lula era uma maneira de o chefe da nação rever sua posição.