Lula se esforça para provar que ama o Rio

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Publicado quinta-feira, 24 de junho de 2004 as 11:20, por: CdB

Para evitar a disseminação da idéia de que o governo Lula não prestigia o Rio e alavancar candidatura de Jorge Bittar, ordem é divulgar as ações oficiais no Estado. Assessoria da Presidência preparou estudo trazendo comparações com era FHC. 

Mesmo tendo a audiência que faria na Comissão de Infra-estrutura do Senado adiada em virtude do falecimento do ex-governador Leonel Brizola, o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, aproveitou os dois dias que passou em Brasília para encaminhar pessoalmente ao Tribunal de Contas de União um pedido de auditoria nos processos de licitação das plataformas P-51, P-52, P-54 e PRA-1. A ida de Dutra ao TCU foi motivada pelas reclamações públicas da governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB), que afirma ter ocorrido uma manobra da Petrobras para excluir o estaleiro fluminense Mauá/Jurong da licitação da PRA-1 em beneficio de um consórcio da Bahia formado pelas empresas Odebrecht e Ultratec.

Além de querer provar no TCU que Rosinha está errada quando afirma que a proposta baiana eleva os custos de construção da PRA-1 em R$ 105 milhões, Dutra está decidido a vir a público quantas vezes se fizer necessário – inclusive na Câmara e no Senado – para acabar de vez com a idéia de que a estatal estaria discriminando o Rio. Sua postura obedece a um pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anda preocupado com o rumo que a disputa política com Garotinho vem tomando as vésperas do início da campanha para as eleições municipais. Lula, segundo interlocutores, acha que os adversários, apesar de não conseguirem provar o que dizem, estão conseguindo disseminar a idéia de que seu governo não gosta do Rio.

Para acabar com essa lógica, que pode ter efeito devastador tanto na candidatura do deputado federal Jorge Bittar para a Prefeitura da capital quanto em outras tantas candidaturas petistas com chances de vitória no interior do Estado, a ordem da direção nacional do PT é propagandear no volume mais alto possível os investimentos, projetos e outras bondades feitas pelo governo Lula no Rio de Janeiro. Para isso, Lula mandou editar dois documentos que sintetizam em números as ações governamentais no Rio e servirão como uma espécie de manual para os militantes durante a campanha eleitoral. Ao mesmo tempo, algumas empresas importantes subordinadas ao governo federal anunciaram seus planos e investimentos no Estado, com destaque para o BNDES, além da Petrobras.

Produzido pela Assessoria Especial da Presidência, o documento intitulado “Recursos Aplicados no Estado do Rio de Janeiro” traz uma comparação do repasse de verbas efetuado pelo governo federal no último ano de mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (2002) e no primeiro ano do governo Lula (2003). O levantamento mostra que, no primeiro ano da administração petista, o volume de recursos da União destinados ao Rio foi R$ 300 milhões maior do que no ano anterior, o que significa um crescimento nominal de 15% em relação ao último ano da gestão de FHC. Houve aumento do volume de repasses pelos ministérios da Justiça (96%), das Cidades (20%), das Minas e Energia (20%), da Educação (14%) e da Saúde (9%), entre outros. O único ministério onde foi registrado recuo foi Transportes (-3%).

Complementando o primeiro documento, foi produzido a pedido de Lula o relatório “Recursos do Governo Federal e de Empresas Públicas Aplicados no Estado do Rio de Janeiro”, que mostra o total dos recursos para custeio e capital do Orçamento da União destinados ao Rio. Esse documento mostra que o montante total de recursos aplicados no Estado em 2003 foi de R$ 2.348.877.752,97. Mostra também, no entanto, que os investimentos das empresas públicas federais no Rio sofreram no primeiro ano do governo do PT uma redução de 11,2% em relação a 2002, o que contraria discursos recentes como os de José Eduardo Dutra.

Alavancar a campanha de Bittar

Mas Dutra, assim como outros caciques do PT, a