Lula reúne coordenação e parte para campanha do segundo turno

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Publicado segunda-feira, 3 de outubro de 2022 as 17:49, por: CdB

Em sua fala ao final da apuração, Lula se mostrou animado. Lembrou que nunca ganhou uma eleição no primeiro turno, e que é preciso lembrar onde ele estava quatro anos atrás: preso e declarado morto para a política.

Por Redação – de São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu candidato a vice-presidente, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), reuniram-se, na tarde desta segunda-feira, com a coordenação da campanha em São Paulo (SP). O objetivo do encontro foi um balanço da campanha passada e o início da caminhada, em segundo turno. 

Lula no JN
Lula parte, agora, para conquistar mais eleitores para o segundo turno

Neste domingo, foi definido o segundo turno da eleição presidencial entre Lula e Jair Bolsonaro (PL). Com 99,99% das urnas apuradas, o petista recebeu 48,43% dos votos e o atual chefe do Executivo 43,20%. Eles se enfrentam novamente em 30 de outubro, data do segundo turno.

O resultado apresentado na véspera foi muito mais apertado do que o esperado, de cinco pontos percentuais — diferente das principais pesquisas de intenção de voto —, o que frustrou a campanha petista.

— Houve uma clara movimentação de votos no Sudeste, além do que as pesquisas e mesmo a campanha conseguiu antecipar — disse uma das fontes ouvidas pela agência inglesa de notícias Reuters junto ao comitê petista.

Avaliação

De acordo com as fontes ouvidas pela agência, o momento agora será de replanejar a campanha. A intenção é calcular de onde será possível encontrar novos apoios para garantir no segundo turno a vitória sobre Bolsonaro — uma das fontes afirma que a conversa com o MDB de Simone Tebet já começou.

— Claramente o bolsonarismo foi subestimado — avaliou o senador Humberto Costa (PT-PE).

Em sua fala ao final da apuração, Lula se mostrou animado. Lembrou que nunca ganhou uma eleição no primeiro turno, e que é preciso lembrar onde ele estava quatro anos atrás: preso e declarado morto para a política.

— Para a gente avaliar bem o que está acontecendo hoje a gente tem que lembrar o que estava acontecendo há quatro anos. Eu era tido como se fosse um ser humano jogado fora da política. Quero dizer que nós vamos ganhar essas eleições. Isso para nós é apenas uma prorrogação — disse Lula.

Desempenho

Reunidos em um hotel no Centro de São Paulo, Lula e os integrantes da sua campanha acompanharam a votação com certa tranquilidade e, apesar do início favorável a Bolsonaro, apostavam em uma virada com a entrada dos votos do Nordeste — o que de fato aconteceu, mas em uma proporção menor do que o esperado.

De acordo com uma das fontes ouvidas pela Reuters, a apuração foi tensa até o momento em que a distância entre Lula e Bolsonaro se ampliou um pouco. A preocupação apareceu especialmente quando saíram os resultados estaduais e governadores, senadores e deputados do partido tiveram resultados piores do que o esperado, especialmente fora da região Nordeste.

A votação obtida pelo ex-presidente no entanto, com mais de 57 milhões de votos, foi a maior já registrada por um candidato no primeiro turno da eleição presidencial. Em São Paulo, o petista registrou 47,5% dos votos do eleitorado da capital paulista. O resultado também foi o melhor desempenho de Lula no município desde o pleito de 1989.

Apoio

Em comparação com 2018, quando o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) disputou a eleição presidencial, Lula registrou mais de 25 milhões de votos para o Partido dos Trabalhadores. Na época, Haddad – que atualmente disputa o governo de São Paulo – obteve cerca de 31,3 milhões de votos.

Até o domingo, o melhor resultado de Lula em um primeiro turno na capital paulista havia sido em 2002, quando ele registrou 42% dos votos válidos e José Serra (PSDB) ficou com 30,7%.  Nesta eleição, Jair Bolsonaro (PL) teve mais de 51 milhões de votos, 1,3 milhão a mais do que em 2018, quando registrou 49,3 milhões de votos a seu favor.

Ainda na noite passada, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) anunciou o apoio da legenda histórica ao ex-presidente Lula, no segundo turno.

A sigla lançou, no primeiro turno, Sofia Manzano como candidata à Presidência. Ela recebeu 45.615 votos, um total de 0,04% dos votos válidos. Segundo a nota publicada no site do partido, o apoio a Lula se faz necessário porque Bolsonaro faz um governo que ‘flerta com o fascismo’. O petista, diz o texto, não representaria o programa do PCB, mas, ao menos, não é um projeto reacionário.

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