Lula recebe Prêmio Unesco 2003 na categoria Educação

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Publicado quarta-feira, 19 de novembro de 2003 as 10:01, por: CdB

Como reconhecimento pela vontade política de erradicar o analfabetismo no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta quarta-feira o Prêmio Unesco 2003, na categoria Educação.

-É a primeira vez que sabemos que um país como o Brasil, que luta há décadas contra o analfabetismo, toma a decisão política de erradicar o analfabetismo em quatro anos – afirmou o representante da Unesco no Brasil, George Werthein.

O programa Brasil Alfabetizado foi considerado pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura, um projeto capaz de ajudar a solucionar o analfabetismo no país.

– Todos os esforços anteriores, que foram muitos, e mesmo o anterior a este, não incluíam uma proposta de eliminação do analfabetismo, mas sim de diminuição significativa –  lembrou Werthein.

Brasil Alfabetizado atinge 1.800 municípios em todo o Brasil, sendo 803 cidades integradas ao Fome Zero. O programa conta com mais de 1 milhão de alunos em sala de aula, que aprendem a ler e a escrever. A a meta é alfabetizar 3 milhões até o fim do ano. Desde o início, há seis meses, foram gastos R$ 198 milhões em 44 convênios firmados com o Ministério da Educação.

Para o Secretário Especial de Erradicação ao Analfabetismo do MEC, João Luiz Homem de Carvalho, o prêmio trará mais visibilidade ao programa, o que ajudará na conscientização das pessoas para o problema.

– O reconhecimento da Unesco ao presidente Lula vem num momento muito importante, sobretudo considerando que poderá colaborar na mobilização das pessoas para alfabetização- afirmou o secretário.

João Luiz lembrou que com a boa propaganda, quem ganhará, de fato, será a sociedade. “Sem dúvida, ganha a sociedade brasileira que não vai ter mais analfabetos”, disse. Ele fez questão de ressaltar que o Brasil Alfabetizado teve êxito porque não pretendeu “inventar a roda”, mas lançou mão de parcerias com velhos alfabetizadores como Sesi e Igrejas Evangélicas, para realizar o trabalho em campo.

– A gente não tem problema nenhum em falar que um dos nossos parceiros é a Alfabetização Solidária, que já fazia o trabalho no ano passado; mas também é o Sesi, que sempre fez alfabetização, e a Alfalite, que é o braço educacional das igrejas evangélicas – afirmou João Luiz.

O secretário alertou que o programa não pode ser considerado uma campanha como foi o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização).

 -Não é uma campanha. Aí está a diferença com o Mobral. Está provado que muitas pessoas não foram alfabetizadas, mas outras foram – explicou o secretário.