O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta sexta-feira um rápido balanço de dois anos de seu governo, durante a oitava reunião ministerial, e disse que, entre prós e contras, realizou “o necessário, parte do possível e talvez algo do impossível que foi prometido na campanha”. Ele admitiu, porém, que tudo o que foi feito está muito aquém do que a sociedade reivindica, mas defendeu com firmeza a política econômica tão criticada pela oposição e até por alguns aliados.
Lula disse que foram tomadas medidas amargas, incompreendidas e até criticadas mas que permitiram colocar o Brasil no rumo certo. O presidente citou como sucesso da política econômica a geração de quase dois milhões de empregos formais, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado e o controle da inflação. Ao encerrar o discurso, Lula disse que a hora é de promover o desenvolvimento econômico com geração de emprego, distribuição de renda e inclusão social.
– Temos mais dois anos pela frente, mas penso que fizemos o necessário, parte do possível e talvez mesmo algo do impossível. Herdamos uma máquina administrativa ineficiente, desprovida de espírito republicano e sem vocação para realizar projetos para a grande maioria – discursou.
O presidente destacou que nunca se comprometeu a corrigir todos os problemas históricos do Brasil, e sim, a pôr o país no caminho do desenvolvimento econômico sustentado para começar a corrigir as desigualdades sociais do país.
– Não se trata de uma bolha, um espasmo – afirmou o presidente, destacando que não faria um balanço triunfalista de seu governo.
– Porque tudo o que fizemos está muito aquém do que se reclama, mas a catástrofe que se apregoava aqui e lá fora não se reproduziu, fomos capazes de impedi-la.
O presidente também aproveitou para fazer críticas ao governo de Fernando Henrique Cardoso. Ao defender a política econômica de seu governo, Lula garantiu que não estava dando continuidade à política adotada por seu antecessor.
– Não demos continuidade à política do governo anterior. Fizemos o que deixou de ser feito. Reconstruímos a política econômica. Fizemos medidas amargas ou incompreendidas ou criticadas, que nos permitiram colocar o país no rumo certo. Esse país ressuscitou depois de décadas de marasmo e desencanto – afirmou.
Ao falar que o momento agora é de crescimento com inclusão social, Lula disse que é preciso corrigir com eficiência administrativa os problemas do Bolsa Família, mas garantiu que esse programa e o Fome Zero estão conseguindo beneficiar as famílias necessitadas. Nesse ponto do discurso, disse que é preciso combater a violência e que o governo não vai fugir a suas responsabilidades.
– Essa é a hora de desenvolvimento com crescimento, crescimento com geração de emprego, distribuição de renda e inclusão social. Que ninguém se iluda sobre minha fidelidade às minhas origens. Esse é um governo de homens e mulheres probos e dedicados. Chegou a hora da colheita do muito que plantamos – afirmou.