Lula diz a descendentes de escravos que eles são do “Partido Brasil”

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Publicado sexta-feira, 12 de março de 2004 as 12:50, por: CdB

“Possivelmente não consigamos fazer tudo o que deveria ser feito no tempo em que vocês gostariam que fosse feito”, declarou nesta sexta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento de ações da política nacional para remanescentes de quilombos, na comunidade quilombola dos Kalungas, em Cavalcante (GO).

O presidente se referiu à responsabilidade do Estado de garantir “direitos e dignidade” a essas populações. Em referência às parcerias do governo federal com o governo de Goiás, comandado pelo PSDB, Lula ressaltou a necessidade de afastar diferenças partidárias. Disse ao público que todos ali eram de “um partido chamado Brasil”. Mas, fez ressalvas em torno das limitações das possibilidades de ação. Para ele, o Brasil precisa de políticos que possam “olhar na cara do povo” para “dizer não” da mesma forma como olham para “dizer sim”.

Lula está acompanhado em Cavalcante dos ministros Humberto Costa (Saúde), Miguel Rosseto (Desenvolvimento Agrário), Olívio Dutra (Cidades), Agnelo Queiroz (Esportes), além do secretário Nilmário Miranda (Direitos Humanos), todos envolvidos de alguma forma em ações voltadas para essas comunidades quilombolas.

Os Kalunga são uma comunidade negra descendente de africanos. Eles vieram para o Brasil como escravos, fugiram das senzalas e se refugiaram nas proximidades de três municípios de Goiás: Monte Alegre, Cavalcante e Teresina de Goiás, uma região erma no período colonial. Eles hoje são considerados a maior comunidade quilombola no Brasil, com 4.500 habitantes.