Lula classifica PSDB de radical, diz senador

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Publicado segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005 as 20:42, por: CdB

Preocupado com a antecipação do debate eleitoral de 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que não entende a radicalização de PSDB em resposta às suas declarações de que teve conhecimento de corrupção do governo anterior, mas mandou ocultá-las.

“O presidente disse que não quer precipitar 2006, não entende o porquê dessa radicalidade e vai fazer o que for possível para que essa radicalidade não contamine os rumos do país e da economia”, afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) a jornalistas nesta segunda-feira, após reunir-se com Lula no Palácio do Planalto.

Desde quinta-feira, quando Lula fez o discurso atacando o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o PSDB tomou medidas contra Lula, como uma requisição de abertura de processo por crime de responsabilidade na Câmara dos Deputados e um pedido de esclarecimentos no Supremo Tribunal Federal.

Também afirmam que entraram com representação na Procuradoria Geral da República contra Lula, acusando-o de ter cometido crime de prevaricação, ou seja, retardar ou deixar de praticar as responsabilidades de seu cargo –justamente abafar a investigação dos supostos problemas encontrados na instituição estatal.

Apesar da movimentação, o presidente do Senado acredita que as declarações de Lula não desencadearam uma crise política e disse que as tensões entre o governo e a oposição já dão sinais de esfriamento.

O porta-voz da presidência, André Singer, afirmou que as repostas do presidente aos episódios serão dadas pela Advocacia Geral da União.

O líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PA), taxou de “invencionice” o movimento da oposição contra Lula. “A oposição está sem bandeira para fazer disputa política e tenta radicalizar e criminalizar a fala do presidente”, afirmou Rocha ao deixar encontro com o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo.